|
informequim jornal dos químicos de Guarulhos e região |
Órgão oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos, Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato - Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800 - Guarulhos (SP) Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (MTb.18.447-SP) Ano XIV - nº 55 - Maio de 2000 |
|
Quando se fala na necessidade de qualificação da mão de obra, geralmente se pensa na formação técnico-profissionalizante, esquecendo que muitos trabalhadores sequer têm o ensino fundamental. Por esta razão, o PEVA (Programa ...) foi um projeto que contou com o apoio da direção do Sindicato dos Químicos de Guarulhos que constatou a existência de muitos trabalhadores não alfabetizados. O secretário municipal de Educação de Guarulhos, Elson Roberto de Souza, concorda com a necessidade de se investir na educação de adultos, tanto é que a secretaria vem ampliando a oferta de vagas nos cursos supletivos de 1ª a 4ª séries, utilizando até o espaço das escolas municipais de ensino fundamental. Para falar mais sobre o tema educação, Informequim entrevistou o secretário no último dia 3 na sede da secretaria. Informequim - Como está o PEVA e quais são as perspectivas deste programa? Elson Roberto Souza - O PEVA é um programa previsto em um projeto de lei enviado à Câmara Municipal em abril do ano passado e somente foi aprovado em abril deste ano. Porém, uma emenda que foi acrescentada ao projeto original determina que o PEVA só pode ser implementado após aprovação do Conselho Municipal de Educação. Como este conselho também está sendo modificado por um outro projeto de lei que está em votação na Câmara, ele foi aprovado ontem (dia 2/5) em primeira votação e será votado novamente amanhã (dia 4/5), teremos que aguardar a aprovação definitiva do novo Conselho, a sua instalação e posterior apreciação do Peva para que este seja implantado. Informequim - Quais são as metas do Peva? Souza - Inicialmente, pretendíamos alfabetizar 10.000 pessoas. Porém, com estes atrasos e com a proximidade do final desta gestão, teremos no máximo seis meses de administração, reduzimos nossa meta para 3.000 pessoas até o final do mandato. Esta meta é ousada, pois a nossa experiência de alfabetização de adultos mostra que o aproveitamento é de 500 pessoas a cada ano. Porém, achamos que com um esforço grande, poderemos atingir esta meta. Informequim - O Peva será desenvolvido a partir de parcerias com entidades, não é isto? Como funcionará exatamente o programa? Souza - A parceria com entidades da sociedade civil é o grande eixo deste programa. A nossa inspiração é o Mova (Movimento de Alfabetização de Adultos) desenvolvido em São Paulo que utilizou o método Paulo Freire que comprovadamente é o método ideal para a educação de caráter social. Nestas parcerias, a secretaria entra com a supervisão técnica, o material didático, a orientação pedagógica e a capacitação dos monitores. As entidades parceiras indicarão os monitores e receberão uma ajuda de custo da prefeitura para custear os gastos com os monitores, além de indicar o espaço físico para as aulas. A capacitação dos monitores será concomitante com o desenvolvimento das aulas - a nossa idéia é que haja aulas de segunda à quinta e às sextas-feiras haja uma avaliação da semana e um planejamento da semana seguinte com os monitores. Dentro da nossa concepção de educação que a secretaria defende, o método Paulo Freire é o que mais se encaixa. Informequim - E quanto ao Conselho Municipal da Educação, quais são as discussões que estão sendo travadas na Câmara Municipal? Souza - O problema é que tínhamos três conselhos funcionando na área da educação: o CME propriamente dito, o conselho da merenda escolar e o conselho do Fundef. Esta fragmentação impedia que os conselheiros tivessem uma visão mais totalizante da política educacional no município. Então, propusemos criar um novo Conselho Municipal da Educação, único, que discutisse todas as políticas educacionais em todos os âmbitos no município. Mandamos um projeto para a Câmara, o vereador Edson Alberton apresentou um substitutivo que, basicamente, propunha alterações na composição do CME. Embora nós não concordemos totalmente com a proposta do vereador, abrimos mão da nossa posição inicial porque nosso interesse maior é fazer funcionar o novo Conselho. Este novo Conselho terá a participação da sociedade civil, como sindicatos, sociedades amigos de bairro, movimentos sociais, além de pessoal ligado à educação, como professores, pais de alunos, entre outros. Informequim - E quanto ao ensino supletivo municipal, como ele anda? Souza - Em expansão. No ano passado, tivemos 4.400 alunos matriculados no supletivo municipal e estamos implantando mais salas. A média dos anos anteriores era de 2.600 alunos. O problema que estamos enfrentando é que esta expansão nossa cria uma demanda para o supletivo de 5ª a 8ª séries, que é de responsabilidade do governo estadual. Só que o governo estadual está fechando salas de supletivo e abrindo apenas salas de telecurso 1º Grau, método que é rejeitado pela maioria da população mais idosa que prefere a aula com a presença do professor. Assim, estamos formando uma população com a 4ª série completa, mas com poucas perspectivas de continuar os estudos em função desta política do governo do estado. Informequim - A Secretaria de Educação firma várias parcerias para projetos seus, não é verdade? Como eles contribuem para o trabalho desta pasta? Souza - As parcerias são muito importantes. Estamos sempre abertos a fazê-las com ONGs, sindicatos, empresas, outras instâncias do governo. Recentemente, fechamos uma parceria com o presídio Marrey, localizado em Guarulhos, o que possibilitou a implantação de quatro salas da 1ª a 4ª séries no início deste ano, atendendo de 80 a 100 detentos. Informequim - O Sim Guarulhos pode ser um canal para que a Secretaria implemente parcerias com a iniciativa privada, como por exemplo, a construção de creches? Souza - A gente deveria estar divulgando mais o Sim Guarulhos porque o setor empresarial pode dar um retorno maior a área social. Já temos algumas parcerias com grandes empresas. O problema é que as pequenas e médias empresas podem ter dificuldades para fazer investimentos maiores. Aí, acho que o Sindicato pode ser um instrumento importante para ser interlocutor dos trabalhadores - que são os potenciais usuários dos equipamentos da secretaria, como as creches - e articulador destas empresas para que, em forma conjunta, possam desenvolver projetos de parceria com a Secretaria de Educação e depois obter créditos fiscais na forma do que prevê o Sim Guarulhos. |
|
|
|
![[ InovaSoft - Sistemas & WebDesign ]](../images/inologui.gif)