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 jornal dos químicos de Guarulhos e região

Órgão oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos, Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato - Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800 - Guarulhos (SP) Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (MTb.18.447-SP)

Ano XIV - nº 57 - Julho de 2000

Carta aberta aos trabalhadores da Renner Dupont

O diretor de base na Renner Dupont, Jorge Franco Gonçalves, apresenta um breve relato aos trabalhadores desta empresa sobre os problemas que os mesmos estão enfrentando


Meus colegas de trabalho, quero falar um pouco com vocês. Respeito o ponto de vista e a interpretação que cada um faz em relação ao líder sindical de base na fábrica e do sindicato como categoria profissional. De 1994 para cá, nós, trabalhadores, estamos sofrendo golpe atrás de golpe nos direitos trabalhistas. Diante da economia globalizada, onde o mercado de trabalho torna-se muito competitivo para se conseguir um emprego, fica também muito difícil para os trabalhadores mobilizarem a fim de discutir uma pauta de reivindicações que venha de encontro aos interesses dos mesmos. Quero pedir para vocês que se manifestem por escrito ou pessoalmente, como acharem mais conveniente. Idéias, sugestões para nós encontrarmos um caminho para podermos juntos continuar representando cada vez melhor nossos interesses.

Gostaria de lembrar a importância do Sindicato. Sem ele, não teríamos a convenção coletiva que garante condições de trabalho muito superiores às previstas na legislação. O adicional de horas extras de 70% e 110% é garantido pela convenção, pois a lei fala 50 e 100%. Todos os reajustes salariais na data base são conquistas da convenção, pois não há legislação que obrigue a empresa a aumentar os salários. Os direitos das gestantes e das mães trabalhadoras, como o auxílio creche também são conquistas da convenção coletiva assinada pelo sindicato. Por isto, ainda que se possa criticar o sindicato, não podemos esquecer que sem ele, a coisa seria bem pior.

PPR

O Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente ao ano 2000 teve apresentação da proposta da empresa para a comissão dos trabalhadores. O Sindicato solicitou uma ampliação da sua participação na discussão do programa para contribuir mais no fechamento de um acordo que contemple todas as partes envolvidas. Para tanto, indicou como seus representantes nas negociações os diretores Jorge Gonçalves, Reginaldo Sena, João Pedro e Antonio Cardoso. As reuniões estão suspensas temporariamente porque existem pontos na pauta que devem ser modificados, como por exemplo, o prêmio que, na proposta da empresa, é proporcional ao salário e na visão do Sindicato, deve ser igual para todos.

Outra questão reivindicada pelo Sindicato é que o programa seja específico da unidade de Guarulhos e não de todo o grupo, que inclui a planta de Gravataí (RS), pois as situações das unidades são distintas, além do que os trabalhadores de lá são representados por uma outra entidade sindical. Na questão dos acidentes, a posição é a mesma: que haja critérios específicos para a unidade e Guarulhos. E, finalmente, o Sindicato vai lutar para que as metas do plano sejam metas possíveis de serem atingidas.

Japão é exemplo?

Para enfrentar a competição e a exigência do mercado interno e externo, a empresa coloca em prática uma política de mudança de cultura. Existem frequentes paradas para treinamento,cursos, reuniões nos locais de trabalho, onde geralmente são exibidos vídeos que mostram fábricas de tintas no Japão como modelos de procedimento e comportamento funcional.

Segundo publicações especializadas, o Japão não é toda esta maravilha que os empresários gostam de comentar. As longuíssimas jornadas de trabalho neste país estão causando problemas de saúde ocupacional seríssimos que chegam a matar vários trabalhadores, muitos chefes de família, em geral na casa dos 30 anos apenas. Os casos de morte em consequência do excesso de trabalho, chamados lá de Karoshi deram origem a um relatório mostrando que, na indústria automobilística, trabalha-se, em média, 2.400 horas e 250 dias por ano, em más condições e ganhando baixos salários. Mais de 60% dos trabalhadores consultados disseram-se sentir cronicamente cansados. Um engenheiro mecânico de 37 anos da Hino, uma empresa que fabrica caminhões, morreu de hemorragia cerebral no trabalho. No julgamento deste caso, a viúva disse que o trabalhador saía de casa às 6h da manhã e voltava depois das 24h e, em um ano, fez mais de mil horas extras.






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