Na
Grã-Bretanha os sindicatos começaram uma
campanha no mês passado contra as empresas que descontam
do pagamento de seus funcionários o tempo gasto
nas idas ao banheiro. A campanha “Gotta Go”
(“tenho que ir”), lançada pelo Congresso
dos Sindicatos do Comércio visa combater lacunas
na lei que determina que as companhias devem providenciar
banheiros para seus funcionários, mas não
obriga a deixa-los ir quando necessitam.
Segundo o porta-voz do Sindicato do Comércio britânico,
Brendan Barber, em pleno século XXI os trabalhadores
são penalizados por ir ao banheiro. “Empregados
que ainda aderem à política da época
de Charles Dickens (escritor que colocava nos seus romances
as duras condições de vida dos operários
no século XIX) sobre determinação
do tempo em que os funcionários podem ir ao banheiro
precisam entender que se confiassem e respeitassem seu
pessoal, teriam um ambiente de trabalho mais saudável
e produtivo”, disse.
Os sindicalistas exigem que os operários tenham
direito de ir ao banheiro sem que esse tempo seja descontado.
A entidade também vai divulgar o nome das empresas
que não oferecem banheiros adequados e limpos a
seus funcionários.
Opinião
Na década de 80, um jornal da imprensa sindical
ganhou o Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos
ao noticiar que funcionárias da tesouraria de
um banco eram obrigadas a ficar nuas após sair
da seção, para a segurança checar
se estavam levando dinheiro nas partes íntimas.
Dez anos depois, uma fábrica de lingerie virou
manchetes nos jornais, pois obrigava suas trabalhadoras
tirar a roupa no final do expediente. A desculpa era
para punir “furtos”. Caso funcionários
da categoria passe por vexames iguais aos citados nesta
reportagem, denunciem ao Sindicato.
|