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O poder do voto
A revolta da população contra a corrupção nas administrações municipais – prefeitos, vereadores, secretários municipais – aumentou muito nos últimos tempos, principalmente após as denúncias que envolveram o prefeito e vereadores da capital e também do município de Guarulhos. Ao mesmo tempo que as denúncias mostram os valores milionários destas negociatas, percebe-se a penúria em que se encontra a maioria dos equipamentos públicos, como as escolas, postos de saúde, creches e serviços de saneamento. Soma-se isto ainda a queda do poder aquisitivo dos assalariados e o estado de miséria em que está a maioria da população.
O estado de revolta é geral e mais que justo. Mas é preciso fazer uma reflexão sobre a responsabilidade de nós, cidadãos, nisto tudo. Todos os ocupantes destes cargos políticos – prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores, presidente – são eleitos pelos cidadãos. Não estão lá à toa, mas porque foram colocados pelos eleitores. Por isto, embora saibamos que existe um jogo de manipulação nas campanhas eleitorais e mesmo nos noticiários dos grandes meios de comunicação, não se pode eximir que parte da responsabilidade é do conjunto do eleitorado. Quantos eleitores não trocam o voto – a principal arma do cidadão – por favores, por brindes, por um saco de cimento? E quantos outros não trocam o voto pela promessa de empregar parentes ou conhecidos? Este tipo de prática também não se configura uma mini-corrupção?
Sem querer fazer julgamentos moralistas do comportamento de cada um, o Informequim pretende, com este espaço, fazer junto com você, leitor e eleitor, uma reflexão sobre o nosso papel como cidadão e principalmente discutir a importância do voto. Neste ano teremos eleições municipais. É a chance de usarmos esta arma de cidadania para julgarmos aqueles que consideramos corruptos, mal políticos, indignos de estarem ocupando os cargos públicos. Para isto, ao contrário de martelarmos no velho e conformista discurso de que política é sujeira, temos que ampliarmos nossa consciência política. Pois, como já dizia Bertolt Brecht, poeta alemão: “não existe pior analfabeto que o analfabeto político”.
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