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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas,
Abrasivos, Material Plástico, Tintas e
Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras,
Franco da Rocha e Francisco Morato - Filiado à
Central Força Sindical
- Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800
e 6463-2244 - Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio
Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Luís Alberto
Caju (Mtb.19.281-SP)
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A terapia chamada autocrítica
Durante encontro realizado em São Paulo, no mês de novembro, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, acusou os sindicatos de trabalhar só na época de data-base. Não é verdade. Várias entidades, além de lutar por reajustes dignos, desenvolvem inúmeras atividades durante o ano. Realizam cursos de qualificação e requalificação, de idiomas, oferecem assistência jurídica, dispõem de médicos e dentistas e ministram palestras abordando assuntos importantes para a categoria.
Calculo que o nosso futuro presidente da República, ao se afastar da rotina sindical, na metade da década de 80, não saiba mais como funcionam essas entidades. No caso da Força Sindical, criamos o Centro de Solidariedade ao Trabalhador, onde o desempregado não paga nenhuma taxa para buscar uma vaga no mercado. Aliás, o nosso projeto foi tão bom que a CUT resolveu copiar depois.
Também não é verdade que o sindicalismo cidadão não seja praticado. As entidades filiadas à Força Sindical já desempenham essa função há muito tempo. Recentemente, numa atividade realizada num clube em Guarulhos, arrecadamos 1,5 tonelada de alimentos. Durante o verão, o Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região e Federação dos Químicos do Estado de São Paulo participam do Projeto Verão sem Aids, visando a informação, educação e comunicação das populações fixa e flutuante de Caraguatatuba.
Enquanto muitos se preocupam em aproveitar as férias neste período, nós realizamos este trabalho, alertando a população quanto ao risco da Aids e diversas outras doenças sexualmente transmissíveis.
O nosso futuro presidente não pode se esquecer que o atual sindicalismo também está preocupado com o lado social do trabalhador, porque o reajuste do salário com a inflação, que FHC nega existir, é rapidamente consumido, além de lutar por melhores condições de trabalho, também pensamos no bem-estar da categoria.
Não somos radicais. Estamos abertos ao diálogo. Também não prometemos queimar a CLT em praça pública e implodir o sindicalismo brasileiro. Exigimos e esperamos que as promessas de campanha sejam cumpridas. Não se transformem em bravatas. Recusamos também que nos empurre goela abaixo qualquer mudança tramada no interior dos gabinetes.
Cientes da nossa importância na sociedade apoiaremos as decisões que tragam benefícios a essa população carente, que votou pedindo mudanças. Mas temos o direito de criticar, mostrando soluções, qualquer ato que possa prejudicar a sociedade.
Acredito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá lucidez para governar para 170 milhões de brasileiros, não para uma minoria. Creio que ele terá ouvidos para as críticas, qualidade dos grandes estadistas, e tentará resolver os impasses no diálogo, principalmente quando o movimento sindical passar a cobrar reposição da inflação, caso esse problema não seja resolvido.
Aliás, os bons governantes aprendem com os erros e procura não repeti-los. Autocríticas, às vezes, é uma excelente terapia, principalmente para alguém que conviveu num sindicato.
Após um ano de muitas batalhas, desejo a todos os trabalhadores, amigos, colaboradores e companheiros de luta, um ótimo Natal e um 2003 repleto de vitórias. Que consigamos, neste próximo ano, reduzir as gritantes diferenças sociais existentes no Brasil, onde poucos têm muito e muitos não têm quase nada.
Paz, saúde e felicidade para todos.
Antonio Silvan Oliveira é presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e da Força Sindical Regional nesta cidade.
e-mail: silvan@sindiquimicos.org.br . |
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