Análise
econômica para campanha salarial 2002
O trabalhador perdeu em várias frentes. Por exemplo na
variação de preços, pesquisada pela Fundação
Procon/Dieese, da cesta básica, acumulada em agosto,
atingiu 3,49%. Em relação a julho, essa alta atinge
4,09%. Nos últimos 12 meses, a variação
soma 11,26%. Do dia 9 ao dia 15 deste mês, o quilo do
frango resfriado subiu 6,17%, e o óleo de soja 3,76%.
De janeiro a junho, o botijão de gás acumula 21,5%
de reajustes.
O IGP-M (Índice Geral de Preços no Mercado) fechou
em 1,73%. É a maior taxa desde agosto/2000, quando atingiu
2,05%. Num ano (agosto/2001-agosto/2002) essa taxa soma 10,37%.
Por outro lado o dólar alto aumenta a inflação,
que atualmente está reprimida por causa da queda no consumo,
ocasionada pela redução dos salários. Já
o IPA (Índice de Preços no Atacado) mostra que
a média de preços no atacado passou de 1,3% para
2,42%. Desta forma, o trigo subiu 15,75%, a farinha de trigo
20,44%, o milho 7,39% e o pão francês 5,67%. Esse
grau de aumento tem a ver com a influência da taxa de
câmbio de cada produto. Os empresários poderão
alegar dificuldades, mas as indústrias já reduziram
custos, inclusive no número de horas pagas, calculado
em 2,4% na folha de pagamento no primeiro semestre. Pesquisas
do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
realizada em seis regiões metropolitanas do Brasil, revelam
que os rendimentos salariais do trabalhador caiu 3%. Quando
comparado com o 1º semestre/2001, há redução
de 4,3% nos rendimentos. Pelo ICV-Dieese (Índice de Custo
de Vida) de junho, os valores de seguros e convênio médico
subiram 4,13%, legumes 9,13% (só tomate acumula alta
de 18,59% no ano), feijão 5,73% e o arroz 4,37%. A alta
do dólar puxou o aumento dos derivados de trigo, como
os panificados (1,51%) e massas, biscoitos e farinhas (1,07%).
De julho/2001 a junho/2002, o ICV-Dieese acumula alta de 8,53%.
Neste período o IPVA subiu 10,75% e óleo Diesel
12,82%.
Outro problema grave no orçamento do trabalhador é
o peso das contas de luz. Em outro estudo do IBGE com pessoas
de pouca renda, foi constatado aumento de 233%, passando de
1,63% em 97 para 5,43% em 2002. Essa pesquisa mostra que enquanto
o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
desse período ficou em 33,59%, o preço da energia
elétrica subiu 116,00%.
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