Parceria
entre Sindicato, Aché e Senac beneficia adolescentes
do Jardim Maria Dirce
O
Programa Educação para o Trabalho
começou a funcionar no mês passado
Cento e sessenta adolescentes do Jardim Maria Dirce,
Zona Leste da cidade, desde o dia 22 de abril participam
do Programa Educação para o Trabalho,
uma parceria entre Sindicato dos Químicos
de Guarulhos, Aché Laboratórios e
Senac. Durante 1 ano, 4h30 por dia, de segunda a
sexta-feira, eles serão preparados e formados
para o mercado de trabalho. Receberão todas
as informações de como entrar e conseguir
continuar trabalhando “Abrange a parte de
informática, abertura de pequenos negócios,
de comunicação, marketing pessoal,
saúde e planejamento familiar. Este jovem
vai entender como usar os cabelos, os motivos de
não ir com roupa rasgada (jeans) numa entrevista,
as meninas saberão por quê não
vestir miniblusa quando for procurar emprego”,
explicou a gerente de Benefícios do Aché
Laboratórios, Márcia Cobellis.
Durante o curso, os adolescente aprenderão
como passar fax, atender telefone e rotina de um
local de trabalho. “Eles irão para
a empresa e passarão 10 dias vivenciando
o aprendizado. Recebem a teoria, depois a prática.
A família deles é movimentada neste
sentido, pois esses jovens vão se transformar,
amadurecendo e começando a entender as questões
do mundo do trabalho”, disse. A diferença
entre o adolescente comum e o que passará
no Programa Educação para o Trabalho
é resumida na experiência, destaca
Márcia: “Estará mais maduro
e responsável. Sabe que precisa chegar no
horário, cumprir regras. É diferente
de admitir um jovem na rua e dar-lhe o primeiro
emprego, quando ele ainda não entende esta
relação de trabalho”.
Quanto à parceria firmada com o Sindicato
dos Químicos e Senac, é grande a expectativa
do gerente de RH do Aché, Antonio Carlos
de Almeida. “É a primeira vez que fazemos
uma experiência desta com um Sindicato num
projeto social de grande alcance. Pretendemos fortalecer
essa relação com o capital e trabalho.
Que isso sirva de exemplo para outras companhias”,
destacou. Neste curso, ressalta, o adolescente poderá
oferecer mais condições de entender
o funcionamento do mercado.
Programa já atendeu 25 mil jovens
em SP
O
Programa Educação para o Trabalho,
desde 1996, já atendeu 25 mil jovens no Estado
de São Paulo, desse montante 60% estão
empregados. Com carga horária de 387 horas,
ele funciona de segunda a sexta-feira, durante um
semestre. Neste período os participantes,
adolescentes de 15,5 a 18 anos conhecerão
os componentes básicos do exigente mercado
de trabalho. “Hoje, as empresas pedem jovens
rápidos nas respostas, para conseguir isso
é necessário elevar a auto-estima
deles”, destacou a coordenadora do Senac,
Maria Tânia Silva Bueno.
Segundo o presidente do Sindicato dos Químicos
de Guarulhos, Toninho Silvan, este tipo de parceria
firmado com o Aché em benefício da
comunidade deve ser o exemplo a ser seguido por
outras empresas. “Nós vamos procurar
ampliar este programa. Entendemos que não
é nossa obrigação, mas sabemos
a imensa responsabilidade em criar alternativas
para esses jovens”, disse. De acordo com Silvan,
além da perspectiva de gerar renda num futuro
emprego, o Programa Educação para
o Trabalho retira os adolescentes das ruas, evitando
que eles tornem-se reféns da violência.
“Ao escolhermos a comunidade do Jardim Maria
Dirce como núcleo deste novo trabalho, percebemos
a ausência de políticas públicas
do Estado. Numa segunda fase, teremos o funcionamento
de uma creche durante 24 horas, visando atender
às necessidades do trabalhador da nossa categoria.
Contaremos com a parceria da Uniepre, que fornecerá
profissionais capacitados para cuidar das crianças
e vai administrar a creche. Ela já tem unidades
escolares em grandes empresas de Guarulhos”,
explicou.
Na avaliação da diretora do Sindicato
dos Químicos de Guarulhos, Vilma Pardinho,
a realização do Programa Educação
para o Trabalho, no espaço da entidade no
Jardim Maria Dirce, é uma grande conquista
à comunidade local. “Este projeto traz
o acesso à educação, não
a comum, mas a parte técnica, de forma gratuita,
atualmente ausente por ali. São jovens em
busca do primeiro emprego, é a porta de abertura
para a vida profissional. Para selecionar esses
80 adolescentes, entrevistamos 270 jovens. A procura
foi muito grande, o que revela a carência
educacional naquela região”, afirmou.
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