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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos,
Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos,
Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco
Morato - Filiado à central FORÇA
SINDICAL - Rua Francisco Paula Santana,
119 - Tel. 209-7800 - Macedo CEP: 07112-020 -
Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira
- Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (Mtb.18.447-SP)
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Violência
chega a ponto de uma guerra
A
violência voltou a ganhar as páginas dos jornais
com o brutal assassinato do repórter da TV Globo, Tim
Lopes, por traficantes do Rio de Janeiro. O repórter
da Globo estava fazendo uma reportagem sobre a venda de drogas
e prostituição de menores nos bailes funk. Como
o mesmo jornalista já tinha feito uma reportagem sobre
venda de drogas há dois anos atrás (reportagem
esta que lhe rendeu um prêmio Esso de jornalismo), os
traficantes, por
vingança, ao reconhecê-lo, prenderam-no e o assassinaram
com requintes de crueldade.
A polícia militar, ao identificar o que poderia ser o
corpo do jornalista assassinado, descobriu um “cemitério
clandestino”, onde várias covas rasas escondiam
cadáveres de pessoas que provavelmente foram executadas
pelo crime organizado no Rio.
Por ser uma personalidade, o crime mobilizou dezenas de militantes
pela paz, a própria Globo dividiu o espaço do
noticiário, praticamente monopolizado pela Copa do Mundo
de futebol, com este fato. Mas há que se perguntar: porque
somente quando pessoas famosas são atingidas pela violência
a mídia e o poder público entram em ação?
Quem são as pessoas que estão enterradas no cemitério
clandestino? E os seus familiares? E a violência que acontece
no dia a dia, vitimando pais de família, trabalhadores,
mulheres, crianças, jovens, que sequer podem ir com segurança
ao trabalho, à escola, ao lazer? E o que o governo está
fazendo para tirar milhares e milhares de crianças e
jovens das ruas, que estão sem perspectiva, sem emprego,
sem possibilidades de terem um futuro feliz e que, por isto,
muitos acabam sendo seduzidos pelo discurso da vida “fácil”
da criminalidade?
Antes de ficarmos chorando a morte de pessoas famosas, é
hora de exigirmos dos poderes públicos medidas eficazes
de combate à violência. O que a família
do jornalista da Globo está passando agora é o
que acontece com milhares de famílias de trabalhadores
que, infelizmente, não têm o mesmo espaço
na mídia para expor seus sentimentos e reivindicações.
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