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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos,
Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos,
Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco
Morato - Filiado à central FORÇA
SINDICAL - Rua Francisco Paula Santana,
119 - Tel. 209-7800 - Macedo CEP: 07112-020 -
Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira
- Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (Mtb.18.447-SP)
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Governo
federal aumenta impostos e corta gastos sociais para atender
o FMI
Preocupado
em não atingir os interesses dos especuladores internacionais
e do Fundo Monetário Internacional, o governo está
cortando verbas de obras prioritárias
Dennis de Oliveira
(Editor do Informequim)
Artigo publicado na agência Carta Maior (agenciacartamaior.uol.com.br),
de autoria do jornalista Antonio Martins, denuncia que o governo
desencadeou nos últimos dias uma operação
secreta para cortar gastos do orçamento. Isto porque
há um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional)
assinado no ano passado pelo atual governo exige um superávit
primário nas contas públicas neste ano de R$25
bilhões até o mês de junho. Superávit
primário é o resultado positivo entre receitas
e despesas, excluindo-se o gasto com juros das dívidas.
Este “lucro” obtido pelo governo federal é
usado para pagamento dos juros que aumentam geometricamente.
Segundo análise do jornalista, os números das
receitas vêm apontando para a tranqüila obtenção
deste resultado até junho. Mas o maior problema é
depois disto. Aí, o governo vai enfrentar os seguintes
problemas:
1º) A incerteza quanto a aprovação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira, o imposto do cheque). Ela vai se extinguir em 12
de junho. Para continuar, precisa ser aprovada a sua prorrogação
- a votação está no Senado. A briga entre
PSDB e PFL atrasou a votação. Mesmo que ela seja
aprovada antes de 12 de junho, o governo só poderá
voltar a cobrá-la depois de 90 dias, conforme prevê
a Constituição. Portanto, até 12 de setembro,
o governo ficará sem este imposto que arrecada, anualmente,
20 bilhões de reais. Calcula-se que estes três
meses sem CPMF reduzirá a arrecadação do
governo em 5 bilhões de reais.
2º) Os cortes no Orçamento estão sendo feitos
para adaptar as contas a esta nova situação. No
final de maio, o governo determinou um corte linear de 25% em
todos os ministérios. Estão sendo paralisadas
obras de combate às secas no Nordeste (as conseqüências,
drásticas, serão sentidas pelo povo nordestino
no próximo verão), estão sendo interrompidas
todas as obras de conservação das rodovias, cortou-se
R$937 milhões das Forças Armadas, deixando sem
combustível mais da metade da frota de aviões
da Aeronáutica e forçando o Exército a
estudar uma redução da jornada de trabalho dos
seus soldados. Tudo isto vai atingir profundamente a candidatura
de José Serra, pois as conseqüências destes
cortes acontecerão no segundo semestre, bem próximo
das eleições.
3º) A alta do dólar vem trazendo graves prejuízos
a algumas grandes empresas e bancos médios que contraíram
dívidas no exterior acreditando na não desvalorização
do real. Algumas empresas como a BCP (operadora de celulares)
e a Constran (construção civil) não pagaram
dívidas recentes no exterior. As perdas destas empresas,
segundo analistas, pode chegar a 3 bilhões de dólares.
4º) O governo terá que rolar cerca de 16 bilhões
de dólares em títulos públicos, entre agosto
e setembro. Estes títulos foram lançados no ano
passado com o objetivo de mostrar aos especuladores que o Brasil
não corria o risco de ficar igual à Argentina.
Se o dólar continuar subindo, a situação
poderá ficar mais crítica e aproximar o Brasil
ao país vizinho.
5º) Os especuladores internacionais estão se recusando
a emprestar mais dinheiro com data de pagamento para após
as eleições. A fonte secou.
Por tudo isto, a estratégia do governo federal foi forçar
a aprovação da cobrança da CPMF sem a necessidade
da carência de 90 dias no Senado e impedir que o Supremo
Tribunal Federal declare esta decisão como inconstitucional.
Outra coisa que o governo vem fazendo é cobrar dos candidatos
de oposição que se comprometam com a manutenção
da atual política econômica - em suma, o governo
quer uma eleição sem oposição.
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