Reportagem
publicada na revista Exame, de janeiro deste ano, mostra
o espaço que a mulher conquistou no mercado profissional
A reportagem da revista Exame é taxativa ao prever que
as mulheres tenderão a conquistar cada vez mais o mercado
de trabalho. A revista cita a fala do consultor empresarial
dos Estados Unidos, Tom Peters, que afirma que o fato
das mulheres terem capacidade de fazer várias coisas
ao mesmo tempo e não se prenderem tanto a regras, como
os homens, as fazem mais adaptadas a nova realidade
do mercado profissional contemporâneo.
Segundo a Exame, vários estudos das mudanças no mundo
do trabalho apontam para características tipicamente
femininas: importância do relacionamento pessoal, saber
trabalhar em equipe, uso de motivação e persuasão em
vez de ordem e controle, cooperação no lugar de competição.
Os dados mostram isto: em 1991, 17% dos empresários
brasileiros eram mulheres - este número saltou para
22,4% em 1998, segundo o IBGE. Nos demais cargos de
chefia, como gerentes, direção de empresas e entre profissionais
liberais, o aumento da participação feminina também
é significativo.
Apesar deste avanço, persistem muitos preconceitos que
impedem a real igualdade entre os sexos. As mulheres
ainda cumprem a chamada dupla jornada de trabalho (além
da vida profissional, são solitariamente responsáveis
pelas tarefas domésticas), recebem salários inferiores
aos homens, mesmo desempenhando a mesma função e também
são preteridas quando das promoções nas empresas.
Devido a estas barreiras, a OIT (Organização Internacional
do Trabalho) profetiza que a igualdade entre homens
e mulheres, caso seja mantido o atual ritmo, só será
alcançada daqui a 470 anos.
No Brasil, a inserção das mulheres no mercado de trabalho
acompanha também a precarização das relações trabalhistas.
Muitas mulheres entram no mercado profissional em tarefas
precárias, sem registro em carteira e com salários aviltantes,
e assumem a condição de chefes de família devido ao
desemprego que atinge muitos homens pais de família.
Desta forma, a exploração da mulher trabalhadora reflete-se
em seus filhos que são obrigados a entrar precocemente
no mercado de trabalho, prejudicando seus estudos, e
assim vai num circulo vicioso que perpetua a pobreza.
Por esta razão, a luta pela igualdade entre homens e
mulheres é uma bandeira não só das mulheres, mas também
dos homens que desejam uma sociedade mais justa e igualitária.
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