Força
Sindical considera proposta do governo viável, embora
não seja a ideal.
Depois
de propalar aos quatro ventos que não daria um centavo
para cobrir o rombo do FGTS causado pelos expurgos das
correções do Plano Verão e Collor, o governo federal
voltou atrás e admitiu pagar uma parte da conta. Só
para lembrar, a Justiça deu ganho de causa aos trabalhadores
que entraram com processo reclamando a reposição dos
índices expurgados nos planos econômicos e o governo,
em seguida, reconheceu a dívida, porém, queria pagá-la
com o dinheiro dos próprios trabalhadores e dos empresários.
Agora, já admite dividir a conta.
A proposta do governo foi apresentada em reunião com
as centrais sindicais no dia 20 de março em Brasília.
Do total de R$41 bilhões da dívida, o governo entrará
com R$6 bi; os trabalhadores com R$5 bi e os empresários,
com R$30 bi.
Pela proposta do governo, os trabalhadores com saldos
na conta do FGTS acima de R$1.000,00 abririam mão de
entre 10% a15% do total a que teriam direito a receber.
Os empresários, por sua vez, teriam elevadas as alíquotas
de contribuição ao FGTS de 8% para 8,5% (este 0,5% seria
utilizado para pagar esta dívida) e também a multa por
demissão imotivada de 40% para 50% (também estes 10%
a mais iriam para o pagamento da dívida). O governo
entraria, ainda, com R$6 bilhões para cobrir o total
da dívida que seria paga da seguinte forma: os trabalhadores
com saldos de até R$1.000,00 receberiam tudo em julho
de 2002; os demais receberiam de forma escalonada até
o ano de 2006.
A central Força Sindical concorda com a proposta satisfatória,
embora não seja a ideal. Segundo o presidente da regional
Guarulhos da central, Toninho Silvan, “o governo apresentou
uma proposta de negociação que, pelo menos, estabelece
prazos e formas de pagamento, dando a certeza aos trabalhadores
que receberão”. A alternativa ao acordo seria os trabalhadores
entrarem com ações na Justiça que demoram, no mínimo,
dez anos. “Além disto, continua Silvan, não podemos
esquecer que se o governo tivesse que arcar com tudo
com certeza ele iria aumentar os impostos que onerariam
o próprio trabalhador”.
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