Líderes de centrais sindicais disseram ser contra a reforma da Previdência e defenderam que o momento é para decidir medidas para retomada do crescimento e aumento do emprego.
A oposição de CUT, Força Sindical, UGT, CTB e Contag, entre outras, ocorreu tanto na parte reservada da reunião que discutiu as mudanças, no Palácio do Planalto, quanto na saída do encontro.
Segundo a Folha apurou, todas as centrais manifestaram sua posição contrária, mas aceitaram participar das reuniões do fórum nos próximos dois meses para discutir e avaliar propostas para uma reforma previdenciária.
Essa decisão dos líderes sindicais chegou a ser comemorada pelo governo, para quem o pior seria as centrais abandonarem as reuniões.
Na reunião desta quarta-feira (17), o governo apresentou sete temas para serem discutidos no prazo de 60 dias. O governo quer discutir, por exemplo, demografia e idade média das aposentadorias, diferença nas regras de aposentadoria de homens e mulheres e unificação de regras para trabalhadores dos setores público e privado.
‘PRATO FEITO’
O presidente da CUT, Vagner Freitas, criticou a decisão do governo de não apresentar uma proposta de reforma da Previdência –o governo optou por levar apenas temas, para evitar ser criticado de entregar um “prato feito”.
Para o sindicalista, o objetivo do governo foi evitar “implodir o fórum em uma primeira reunião”. Na avaliação da entidade trabalhista, há um “equívoco de debate” e a discussão de mudanças não é prioritária neste momento.
O ministro Nelson Barbosa (Fazenda) afirmou que o processo de envelhecimento populacional exige um aperfeiçoamento das regras previdenciárias, mas sem desrespeitar direitos adquiridos.
‘CONVERGÊNCIA’
O ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência) afirmou que a orientação da presidente Dilma Rousseff é tentar construir uma “convergência forte” em torno de uma proposta previdenciária. Segundo ele, o governo federal buscará entendimento no Congresso e não tem ainda posição fechada sobre nenhum dos temas que serão debatidos.
Ele afirmou esperar que as alterações tenham consenso. O governo pretende fechar em abril e enviar em maio ao Congresso “a proposta que achar correta”.