Uma marca de remédio contra cólica menstrual virou alvo de crítica nas redes sociais, acusada de machismo por sua nova propaganda, veiculada na internet.
De acordo com as reclamações, a campanha “#SEMMiMiMi — Se você não tem tempo pra MiMiMi, descubra Novalfem”, do laboratório Sanofi, equipara as dores que mulheres sentem à frescura.
O clipe foi publicado na segunda-feira (8) no Facebook e no YouTube e apresenta a cantora Preta Gil dizendo frases como “Sem Mimimi, Mimimi, Mimimi” e “Quando tô na balada, curtindo o batidão, você está em casa, mas que situação”.
A campanha já recebeu mais de 5.000 comentários, a maioria deles negativa. “Desde quando cólica é Mimimi?” e “Se é Mimimi, por que precisa de remédio? Isso é ridículo” foram alguns dos questionamentos nas redes sociais.
Quando divulgou o lançamento da campanha, no dia 2 desde mês, a página da Novalfem no Facebook publicou um texto em que lista o que chamou de dificuldades de mulheres, como cuidar da família e do sucesso no trabalho. “Ainda temos que lidar com cólicas menstruais (…) muitas vezes sem descer do salto. Aí aparece o MIMIMI, um estado que só as mulheres compreendem”, dizia o texto na rede social.
Procurada pela Folha, a Sanofi, dona da Novalfem, diz que a empresa decidiu reavaliar a campanha. “Acatamos as opiniões publicadas e esclarecemos que, em nenhum momento, se pretendeu subestimar o impacto dessas dores ou desrespeitar quem as sente”, acrescentou.
A Publicis, agência responsável pela campanha, divulgou nota afirmando que a intenção era usar “um tom leve para falar de um assunto sério”. Eles também dizem que não tiveram intenção de “minimizar as dores das mulheres ou de ofender quem sofre com problemas mais graves”.
O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) informou que, até esta quarta (10), não havia nenhuma representação contra a campanha.
Neste ano, outras marcas sofreram acusações de machismo. A campanha “Homens que Amamos”, da Risqué, foi acusada de parabenizar homens por ações corriqueiras, e a “Esqueci o ‘não’ em casa”, da Skol, foi interpretada como uma apologia ao estupro.
Fonte: Folha de S.Paulo