Troad editora“Zona rural da China vira desastre ambiental”, a reportagem de Josh Chin e Brian Spegele, publicada no The Wall Street Journal e reproduzida no jornal Valor, em 5 de agosto, estarreceu o mundo.
Nela está retratada a situação calamitosa de trabalhadores rurais expostos a doenças por contaminação de metais pesados e a terceirização que, sem dúvida nenhuma, traz a precarização do trabalho, o desgaste mental e físico.

Em um esforço desmedido de manter a
população satisfeita e bem alimentada,
o problema
da poluição nas áreas rurais
da China levou o governo a fechar os olhos para
a precarização dos
processos de trabalho,
com condições subumanas e um impacto
ambiental
sem precedentes.

Ameaçadas pelo cádmio, chumbo, bactérias e câncer, a população da China está subjugada a maior das ameaças, que é o poder desmedido de alguns empresários e empresas multinacionais que a fim de obterem redução de preços querem comprar da China a qualquer custo. Dificilmente, as pessoas acostumadas com altos lucros estão preocupadas com o futuro da população, pois a maioria lucra explorando e destruindo o meio ambiente. Estas, infelizmente, não dependem do alimento que está sendo produzido, mas desfrutam dos lucros obtidos em nome da precarização do trabalho, da saúde do trabalhador, que, em muitos casos, pagam com a vida todo o descaso.

Em meio a estas notícias
estarrecedoras de lucro
obtido acima de tudo ainda
temos que lidar com
especulações do
sistema financeiro.

E aqui do outro lado do mundo, o Brasil não vive um cenário diferente. Em meio a sistemas de produção cada vez mais competitivos e em busca de resultados financeiros satisfatórios também lutamos contra a precarização do trabalho por meio da terceirização. O país vivencia um importante momento com a apreciação e votação do Projeto 4330/2004 de Sandro Mabel (PMDB-GO), que está sendo examinado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos deputados e visa eliminar os direitos trabalhistas conquistados há muitos anos e que certamente, trará a precarização do ambiente de trabalho visando aumentar o lucro do capital a qualquer custo.
Resguardadas suas devidas proporções, a precarização do ambiente de trabalho, a eliminação dos direitos trabalhistas, a isenção do contratante em assegurar os direitos trabalhistas e acidentários de seus colaboradores ameaçam nossos trabalhadores e precisam de um olhar mais atento de nossos governantes para que assegurem ao trabalhador uma relação de CapitalXtrabalho mais justa.

A economia mundial não
precisa se render
a escravidão dos lucros
e o movimento sindical
está ao lado dos trabalhadores
e, em coro, diz não à
precarização do trabalho!

Lamentável que o governo democrático, eleito dos trabalhadores, ignore a gravidade do momento dos trabalhadores ameaçados pela aprovação da PL 4330/2004. Lutamos pela não aprovação da PL e pelo direito legítimo ao trabalho decente.