Troad editoraSaindo de uma série e desgastante rodada de negociação, a categoria química junto ao movimento sindical liderado pela FEQUIMFAR, Força Sindical, CNTQ e seus sindicatos filiados mostrou que quando estamos mobilizados e sintonizados, todos nós criamos força para obter importantes conquistas como a proposta econômica apresentada pelo Grupo do CEAG 10 e assegurar também a manutenção dos benefícios já obtidos em Convenção Coletiva de Trabalho – CCT.
Na contramão desta nossa luta, nossa economia e a política brasileira não caminham tão bem. Vivenciamos o impacto negativo dos abusivos aumentos dos juros e a tensão eleitoral.
Todos nós brasileiros estamos pagando uma conta altíssima da irresponsabilidade dos “pretensos” candidatos aos governos nos âmbitos estadual e federal. Prestes a enfrentar um ano de muitos e importantes acontecimentos, como Copa do Mundo e eleições, esta é a hora de mostrarmos nossa força e união. 2014 tem que ser o ano da garantia de uma vida melhor e de progresso para toda a população brasileira.
Em meio a todas estas mudanças, o balanço até o momento é que diante as inúmeras manifestações da população por melhores condições de trabalho, fim da impunidade e outras garantias, o Governo vive dois momentos díspares, diria até inconsequentes. Se por um lado temos uma omissão em relação às manifestações, por outro vivemos o exagero da Força de Segurança nos recentes episódios do Rio de Janeiro e São Paulo. E isso não podemos conceber e admitir, afinal, queremos o direito às manifestações legítimas e pacíficas, mas defendemos também uma ação efetiva dos órgãos competentes a fim de coibir vandalismos e quebra-quebra.
E assim, nós do movimento sindical responsável que escrevemos nossa história com ações pontuais na promoção do trabalho e renda, qualidade de vida, melhores condições de trabalho, entre outras, estamos preocupados com toda esta situação que reprime o cidadão brasileiro que além de lidar com toda esta situação vivencia momentos econômicos difíceis, quando não ameaçado pelos abusivos aumentos da taxa de juros ainda tem que encarar um sistema financeiro que pratica a agiotagem oficial com juros mensais de até 10%.
São juros que através de empréstimos e limites de crédito comprometem o salário do trabalhador que muitas vezes deixam de recebê-lo, e que irá comprometer a economia e a qualidade e a condição de vida de muitas famílias. A manutenção da alta da taxa Selic, por exemplo, é gravíssima, pois cria dificuldades de obtenção de crédito com desdobramentos danosos para o sistema financeiro familiar, comprometendo assim o bem-estar da população e não assegurando a sobrevivência da família.
Assistimos assim, uma ação do governo que contamina nossa economia e ameaça o nosso futuro. Como solução, ele devia reaver a situação que lança mão de manobras financeiras e ainda permitem exorbitantes lucros bancários.
Em meio a tantas manobras, eis que o governo ainda sai em socorro financeiro a empresa de Eike Batista. Negócio este, que ele conseguiu apresentar ao governo como um projeto futurístico e de grande vantagem. Nota-se que diante de um prospecto de um cenário inexistente, o governo deu aval financeiro pautado em bilhões. Somado ao aporte financeiro a empresa de Eike e de sua empresa que virou pó, o governo ainda encontra tempo para encurralar milhares de famílias com reintegrações de posse, desmandos e outras tantas arbitrariedades, sem falar na desoneração da folha sem contrapartida ao trabalhador, entre elas, a manutenção de emprego.
E se não bastassem todos estes assombros, o governo estuda novas medidas para o seguro-desemprego. Segundo recente anúncio do ministro da Fazenda, Guido Mantega, os trabalhadores que recebem o seguro-desemprego poderão ser obrigados a fazer curso de qualificação para ganhar o benefício. Ai me vem a indagação, onde e como serão estes cursos? E como e por quem serão bancados?
O governo estuda ainda a medida para conter o aumento dos gastos com o benefício, que crescem cerca de 10% ao ano e devem encerrar 2013 em torno de R$ 30 bilhões. Que se faça constar também que os gastos com seguro-desemprego se dá por conta da maior rotatividade de alguns setores que em muitos casos alcançam um patamar superior aos 50%.
O governo também quer segurar o aumento dos gastos com o abono salarial, pago uma vez por ano a trabalhadores cadastrados no Programa de Integração Social (PIS) que recebem até dois salários mínimos.
Diante destes anúncios, conclamo a toda a classe trabalhadora e população que possamos nos unir para exigir que o governo tome medidas que beneficiem o trabalhador. Chega de impunidade! Queremos e temos direito a um país mais justo!