Na visão deste pequeno grupo de elitistas, trabalhador
não precisa de direitos que o proteja no interior da empresa

 

O governo continua cumprindo as ordens da elite, que explora o Brasil desde 1500. O mesmo grupo de famílias donas de escravos séculos atrás, acostumada a lucrar usando a exploração como regra. O tempo passou, e os seus descendentes prosseguem nesta forma suja de encher mais ainda os seus cofres.

Boa parte se apoderou dos veículos de comunicação (jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão) e impõem o estilo de vida, mantendo em dia o complexo de vira lata da população, de nunca acreditar nas forças de suas mãos para provocar mudanças. Ao perceber qualquer tipo de ação que possa colocar em risco seu status quo usam seus cães amestrados seja no Poder Judiciário ou Legislativo para matar no nascedouro qualquer proposta de cunho progressista.

É neste contexto que entra o governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional. Entidades representantes dos grandes grupos econômicos (CNI, Fiesp, Febraban etc.) são as extensões desta elite responsável pela péssima distribuição de renda no país, onde poucos têm muito e muitos não têm nada. Com o tempo escasso para viver a rotina governamental, financiam através de milhões os candidatos que servirão de cunha para impedir todo tipo de avanço para beneficiar inúmeros brasileiros com saúde, educação, transporte público e segurança de qualidade.

 

Elitistas

Na visão deste pequeno grupo de elitistas, trabalhador não precisa de direitos que o proteja no interior da empresa. Como na época da escravidão, é luxo desembolsar para essa parcela da população bons salários, convênios médicos, chão de fábrica arejado e máquinas top de linha, PLR e excelente infraestrutura para o desempenho das funções. Nunca devemos nos iludir: os elitistas não gostam de povo, que na época da Roma antiga era chamada de plebe. Na época do regime militar, foram eles os financiadores do golpe que retirou do poder o presidente João Goulart e mais tarde despejou rios de dinheiro na terrorista Oban, responsável pela morte e desaparecimento de inúmeras lideranças sindicais, estudantis e até políticas.

Na ótica destas pessoas, é desperdício oferecer estudo de qualidade ao povo. O mesmo se aplica a investimento em saneamento básico, que reduz sensivelmente o número de crianças mortas por doenças transmitidas por água contaminadas por esgoto sem qualquer tipo de tratamento. O desejo da elite é reduzir qualquer tipo de consciência crítica na população. Por isto investe muito dinheiro nos seus veículos de comunicação em programação de péssima qualidade, visando reduzir qualquer tipo de pensamento que contrarie sua ótica de administração.

Na ótica da nossa elite, população de baixa renda jamais deve viajar de avião, nem muito menos comprar produtos top de linha, como televisores, celulares, imóveis (financiados), automóveis ou mesmo passar alguns dias em cidades conhecidas como refúgios dos endinheirados. Lugar de pobre, segundo essa minoria bilionária, é nos chãos de fábrica ou casa de família, se acabando para ganhar um salário miserável. Também jamais devem almejar alcançar qualquer cargo no Poder Legislativo. Ali é lugar para os cães amestrados dos antigos coronéis do sertão, responsáveis por elaboração de leis que atendam apenas aos interesses dos ricos. Isto explica por desde 1988, não saiu do papel a regulamentação em 12% dos juros bancários anuais.

 

Luxo

Estes detalhes revelam o modo de agir do governo Michel Temer, usado como fantoche por essa elite para destruir com todas as conquistas trabalhistas, trazendo à tona o regime escravagista extinto pela Lei Áurea em 1988 pela princesa Isabel. Não se iludam, que todos os parlamentares que obedecem cegamente aos anseios deste minúsculo, mas forte, grupo de família, já receberam sua quantidade de ração, no formato de milhões em contas bancárias existentes nos paraísos fiscais do Exterior. Sabem que suas mordomias estarão garantidas quando saírem da vida pública. Não pensem que eles terão dor na consciência. Pelo contrário ficarão felizes de fazer o serviço sujo determinado pelos seus chefes, num comportamento semelhante aos animais amestrados.

A elite vive em outro mundo. Não anda de carro, nem que sejam blindados. Helicópteros ou jatinhos de luxo são usados para sua rápida locomoção. Ficar preso em congestionamento é para pobres, dirigindo carros populares, adquiridos em longos financiamentos, cujas prestações corroem na maioria das vezes 1/3 dos salários. Para espantar a violência, há muito tempo saíram dos edifícios onde parte da classe média passou a ocupar, por meio da política habitacional nos governos populares de Lula e Dilma. Elite reside em condomínios de alto luxo, com imóveis custando muito caro, dificultando qualquer acesso da população de baixa renda. Ela só aparece ali, após ampla pesquisa em sua vida para detectar possíveis participações em atos ilícitos, como serviçal, recebendo salário de fome.

 

Canhão

É neste contexto que se encaixa a reforma trabalhista. Facilitar o aumento do lucro por meio da precarização no interior das empresas. Essa reforma, cujos artigos foram redigidos nas caríssimas bancadas de advogados das entidades empresariais, teve como objetivo destruir com as entidades sindicais e tornar escravos os trabalhadores que serão obrigados a aceitar essas péssimas situações de empregos, caso pretendam prosseguir sustentando suas famílias. Quem for contrário, vai virar bucha de canhão nas reportagens dos grupos de comunicação, cujos donos são amigos ou extensão deste fechado círculo elitista, interessado apenas em sugar as riquezas brasileiras.

Cabe ao movimento sindical, por meio de seus veículos de imprensa, mostrar a verdadeira face desta elite podre. Não devem cair no erro de que os telejornais, revistas, jornais ou sites irão defender os direitos trabalhistas. Não esperem ajuda do Judiciário. Descontada a minoria ali dentro destas instituições, que ainda carrega nas veias algumas gotas de ética, a maioria almeja é a destruição do sindicalismo, trazendo à tona os primórdios da Revolução Industrial, onde inexistia direitos e sobravam obrigações, com as pessoas morrendo por causa das longas jornadas de serviço. Em vez de reproduzir o material dos veículos de comunicação, porta vozes da elite, que visa apenas a destruição das entidades sindicais e alienação da classe trabalhadora.