Por alguns minutos tente imaginar o mundo atual sem a presença dos sindicatos. Não importa a categoria econômica, pense como seria a nossa sociedade. Alguém se recorda da época em que o salário não era pago em bancos, mas por meio de envelopes de papel em que o funcionário pegava no departamento de Recursos Humanos conhecido como Departamento Pessoal?
E das marmitas de alumínio? No local de trabalho existia equipamento onde se colocavam as marmitas para esquentar e depois fazer a refeição, isto quando ela não azedava. Muitas vezes aquele espaço não tinha bom padrão de limpeza. E quando as mulheres ficavam grávidas e retornavam ao emprego, muitas vezes poucos dias após o parto, e perdiam sua vaga? Eram demitidas.
O trabalhador perto da aposentadoria, quase sempre acabava mandado embora. E o acesso ao ensino? O funcionário tinha de se virar, o importante para o empregador é que no dia seguinte ele estivesse de pé na linha de produção, de preferência sem sono. Não existia qualquer apoio ao trabalhador que optasse por estudar, visando crescimento profissional.
Nesses poucos exemplos citados acima, pretendo mostrar a importância das entidades sindicais em nosso mercado de trabalho. O imenso valor das Convenções Coletivas, onde por meio de lutas conseguimos garantir diversas conquistas para o trabalhador. Na maioria das vezes, muitas delas acabaram encampadas pelo governo, por causa da sua grandiosidade.
Cito, por exemplo, a licença maternidade. Após alguns anos virou lei federal e toda mulher após ganhar seu bebê tem assegurado a estabilidade. Aliás, quando algum empresário insensível demite uma funcionária grávida, acaba punido pela Justiça do Trabalho. Essa conquista teve a colaboração de companheiros sindicalistas que visualizaram o bem-estar da trabalhadora, foram sensíveis em perceber que é extremamente agressivo a mulher ser obrigada a voltar ao emprego poucos dias após ter dado à luz.
Por meio das convenções coletivas e até mesmo paralisações, os sindicatos têm garantido inúmeros direitos aos trabalhadores, de diversas categorias. Essa luta ocorre há vários anos, desde a década de 60. Mesmo durante o Regime Militar, quando as entidades sindicais sofreram terrível perseguição, na mesa de negociação aparecia alguma pauta de cunho social.
Portanto considero extremamente perigoso quando, por desconhecimento, o brilhante trabalho das entidades sindicais é ocultado. Suas conquistas são jogadas no lixo, e passam a receber toda sorte de críticas ruins. No atual mundo globalizado é extremamente importante o fortalecimento sindical, porque o capital transnacional, mais do que nunca, visa com grande intensidade aumentar o dinheiro no seu caixa. Porém, à custa de precarização da mão de obra e baixos salários. Se possível passando por cima de todos os direitos financeiro e sociais conquistados.