É lamentável a escalada do aumento de juros no Brasil. Para o trabalhador, a atual conjuntura ficou muito ruim. Cresce a cada dia os riscos de demissões, redução de salários, férias coletivas, numa clara reação da indústria à política de reajuste fiscal do governo.
Afinal de contas não é de se estranhar a ocorrência desses fatos. Basta ver a origem do atual ministro da Fazenda Joaquim Levy. Infelizmente o trabalhador lutou para eleger Dilma Rousseff presidente e ela coloca na pasta para cuidar das finanças do País um homem de confiança dos banqueiros.
Mais espantoso ainda é a fala de Joaquim Levy durante evento realizado pela Bolsa de Valores em Londres, no início desta semana. Diante de profissionais do mercado financeiro e empresários de multinacionais, ele disse que somente alta produtividade é a garantia de bons salários.
Deixou bem claro, de forma subliminar, ser contrário à redução de jornada de trabalho. Na visão dele, o funcionário precisa ficar dentro da empresa o maior número possível de horas, propício a sofrer acidentes, por causa do cansaço e com poucas horas de lazer junto aos seus familiares.
Como homem de confiança do capital especulativo, Joaquim Levy em vez de sanear as contas do governo, está provocando efeito contrário. Tudo em obediência às regras do capitalismo selvagem, onde o importante é o lucro, não importa a condição, num processo adotado por diversas empresas de várias regiões do mundo.
Tive a confirmação disto na Conferência Mundial da IndustriALL Global Union das Indústrias Químicas e Farmacêuticas, realizada em Hannover, Alemanha, com mais de 200 sindicalistas de aproximadamente 34 países. Em todas essas nações, a ideologia do capital é semelhante: pagar baixos salários com jornadas excessivas de trabalho, que provocam problemas de saúde e alta rotatividade da mão de obra na batalha final para o setor produtivo ganhar mais dinheiro.
Como consequência desta política, ainda corremos o risco, e é esta a nossa preocupação, em termos a precarização do trabalho, nem suas condições. Neste sentido, nossa luta é pela não terceirização da atividade-fim.