Dia nacional de doação de leite humano é comemorado nesta quinta (1º).
QI mais alto e prevenção contra obesidade são algumas das vantagens.

A ciência já constatou diversos benefícios do leite materno para bebês em comparação às fórmulas infantis ou outros tipos de leite. Nesta quinta-feira (1º), quando é comemorado o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, veja cinco efeitos – de curto e longo prazo – do consumo de leite materno na saúde do indivíduo.

1 – Menos infecções
O consumo exclusivo de leite materno nos primeiros seis meses de vida protege a criança contra as infecções gastrointestinais e, por isso, reduz os riscos de mortalidade infantil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), bebês que não são amamentados têm um risco até duas vezes maior de morrer por diarreia e outras infecções.

“O leite materno é muito importante para formar a defesa do organismo. É importante que o bebê receba o leite com bactérias do homem, do ser humano, para que não tenha oportunidade de pegar bactérias do hospital, por exemplo”, diz a pediatra Marisa da Matta Aprile, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

2 – Menos obesidade
A relação entre amamentação e redução do risco de sobrepeso e obesidade na infância e na vida adulta já foi constatada por diversos estudos e, hoje, é reconhecida pela OMS. Essas pesquisas mostram que o consumo total de calorias é maior entre bebês que consomem fórmulas infantis em comparação aos que são amamentados, por isso eles têm maior peso na fase neonatal, o que está diretamente associado ao desenvolvimento de obesidade no futuro.

Marisa observa que o leite materno tem a proteína mais adequada aos bebês e que, por isso, não vai promover um ganho excessivo de peso. Além disso, a amamentação estimula a regulação da saciedade da criança. “Com mamadeira, a criança mama sem regular a saciedade, isso leva a um consumo maior de leite e à dilatação do estômago”, o que torna o bebê mais propenso a um futuro sobrepeso

3 – Menos doenças crônicas
Uma avaliação sistemática publicada em 2013 sobre os efeitos de longo prazo da amamentação aponta para possíveis efeitos contra doenças crônicas. A análise, feita por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas, concluiu que o aleitamento materno pode ter um efeito protetor conta a diabetes tipo 2, especialmente entre adolescentes. O estudo concluiu ainda que existe um pequeno efeito protetor da amamentação contra a hipertensão.

4 – Mais inteligência
Bebês que recebem leite materno também têm benefícios cerebrais a longo prazo. “A gordura do leite materno vai ajudar a desenvolver o cérebro”, diz Marisa. Um estudo feito no Brasil e divulgado em março na publicação “The Lancet Global Health” concluiu que crianças que foram amamentadas tiveram desempenhos melhores em testes de QI na vida adulta.

Os pesquisadores também constataram que, em geral, eles tinham salários mais altos e atingiam maiores níveis mais elevados de educação.

Por que doar leite materno?
Para bebês prematuros internados em hospitais cujas mães não possam amamentar por algum motivo, a alternativa é alimentá-los com leite doado por outras mães e processado por bancos de leite distribuídos por todo o país.

A pediatra Marisa da Matta Aprile explica que a qualidade do leite materno processado não é a mesma do leite obtido diretamente da amamentação. Ainda assim, tem muitas vantagens em comparação às fórmulas.

Pode doar leite as mulheres que produzam um volume de leite além da necessidade de seu bebê, que sejam saudáveis e que não usem medicamentos que impeçam a doação. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano tem em seu site orientações para mães que queiram doar. Interessadas podem verificar qual o banco ou posto de coleta de leite humano mais perto de sua região.

Fonte: G1