26,4% dos empregados têm contrato permanente, diz a pesquisa. Estudo também mostrou diferenças entre homens e mulheres no mercado.
Aproximadamente um quarto dos trabalhadores no mundo têm contrato permanente de emprego. Os outros três quartos restantes são de trabalhadores por conta própria, com serviços temporários ou que atuam sem qualquer tipo de contrato. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). Os dados são referentes ao período entre 2009 e 2013.
Entre os países com dados disponíveis, que correspondem a 84% dos empregos no mundo, 26,4% têm contrato permanente e 12,9%, contrato temporário. A maioria, com 60,7%, não possui contrato de emprego. No Brasil, a média é maior, com 66,93% dos trabalhadores não têm contrato permanente, de acordo com dados de 2012.
No mundo, desses 60,7% de empregados sem contrato em média, 34,9% são trabalhadores por conta própria e 11,1% fazem trabalhos familiares sem remuneração. Outros 12,3% são empregados que não possuem contrato formal de empresas às quais prestam serviço. Do total de pessoas, 2,4% são consideradas empregadoras.
Entre os países de alta renda pesquisados, o número de trabalhadores formais cresce para 76,7%, enquanto a proporção de contratos temporários diminui para 9,3%. Trabalhadores por conta própria somam 9%.
Entre países de renda considerada média, 13,7% dos trabalhadores têm contrato permanente. Entre os países mais pobres, o número cai para 5,7%, com quase 87% das pessoas sem contrato nenhum.
Só Brasil, EUA e Rússia têm aumento menor de trabalho em meio período
A OIT divulgou dados sobre o crescimento do número de vagas de trabalho com carga horária inferior a 30 horas semanais. Mais de 17% das pessoas empregadas trabalham com um contrato de menos de 30 horas por semana. A proporção de mulheres trabalhando nesta situação é quase o dobro que a dos homens (veja no final da reportagem as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho).
Na maioria dos países pesquisados, o aumento do número de empregos com menos horas de trabalho ultrapassou o de trabalhos em período integral entre 2009 e 2013. Em países como França, na Itália, Japão e Espanha, o trabalho em tempo integral caiu perto de 3,3 milhões, enquanto trabalho de tempo reduzido aumentou 2,1 milhões.
Somente o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos viram ganhos de emprego globais impulsionados predominantemente por um aumento do emprego em tempo integral ao longo deste período. Segundo a OIT, a maior parte do aumento do emprego com carga horária menor tem sido involuntária (isto é, trabalhadores migraram para o trabalho a tempo reduzido porque as oportunidades de emprego em tempo integral não estavam disponíveis).
O impacto do déficit mundial de empregos no mundo foi de US$ 1,218 trilhões perdidos em salários no mundo no período. Isso equivale a cerca de 1,2% do total da produção anual mundial e cerca de 2% do consumo total a nível mundial, segundo a OIT.
Diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho
As mulheres representam 40% da força de trabalho em todo o mundo, segundo o estudo da OIT. A renda média anual das trabalhadoras, contudo, representa entre 57% (Suíça) e 97% (Filipinas) do que ganham os homens. Os salários das mulheres são entre 4% e 36% menores que os dos homens no mundo.
A proporção de mulheres que trabalham em meio período é maior que a de homens: 24% delas dedicam-se a menos horas de trabalho, contra 12,4% do público masculino. Nos países mais ricos, esse tipo de trabalho é mais frequente, representando 12,5% do total de trabalhadores. Entre as mulheres, a média sobe para 20,4% e entre os homens, cai para 5,6%.
A pesquisa também mostra que há mais mulheres que homens em trabalhos ligados a empresas familiares e não remunerados. Entre as trabalhadoras, são 20%, contra apenas 6,2% dos trabalhadores. Já entre os que trabalham por conta própria, 28,9% são mulheres e 38% são homens.
Em relação ao trabalho informal (sem registro profissional), a proporção de homens é maior que a de mulheres: 13,3% contra 10,7%. No trabalho formal permanente, há um equilíbrio: 26,6% das mulheres estão envolvidas, contra 26,3% são homens.