O vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Emmanoel Pereira, realizou audiência de mediação e conciliação pré-processual, no dia 4 de outubro, entre a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e os Sindicatos representantes dos seus empregados.
A reunião tratou da elaboração do acordo coletivo 2016/2017, mas ainda não houve consenso, principalmente sobre o reajuste dos salários e a jornada de trabalho semanal. O ministro apresentou proposta para análise da empresa e posterior votação nas assembleias.
A Imbel, empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa, requereu a audiência de mediação, onde sugeriu aumento salarial de 9%, incidente também sobre o piso, desde que a jornada passasse de 42h semanais para 44h. Segundo o vice-presidente da Imbel, general Américo Valdetaro, qualquer reajuste estaria vinculado ao aumento de produtividade por meio de carga horária maior.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Lorena e Piquete (SP), Jeferson Ferreira, disse que a categoria apenas aceitaria negociar se não houvesse aumento da jornada. A proposta inicial dos sindicatos compreendia reajuste de 11,38%, retroativo à data-base (1º/4), com 40h de trabalho por semana. “Desde que as 42h sejam mantidas, os empregados aceitam discutir ao menos a reposição da inflação (9,6%)”, disse Ferreira.
O ministro Emmanoel Pereira perguntou se seria viável 42h de jornada com reajuste de 9%. Os sindicatos afirmaram que poderiam encaminhar a proposta para votação nas assembleias dos trabalhadores. O vice-presidente, então, solicitou a análise da Imbel, que tem 15 dias para responder. Caso a empresa aprove a sugestão, as entidades sindicais vão realizar as reuniões. Se não houver acordo, o processo segue para julgamento pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST.