Segmento de transportes contribuiu para resultado negativo em 2015. Em dezembro, recuo foi de 5%, o mais forte desde início da série, em 2012.
O volume do setor de serviços do país fechou 2015 em queda de 3,6%, a maior da série histórica do indicador, que teve início em 2012, segundo informou nesta quarta-feira (17) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2014, o setor também registrou o maior recuo para o mês desde quando os dados começaram a ser calculados, em 2012.
No ano, o que puxou a queda do setor foram os serviços de transporte, que mostraram uma retração de 6,1%. Não foi o maior recuo entre todos os segmentos, mas exerceu a maior contribuição no cálculo do indicador. Dentro desse ramo, o transporte terrestre caiu 10,4%.
Roberto Saldanha, técnico de serviços e comércio do IBGE explicou que a queda do setor de transporte terrestre é impactada principalmente pela indústria, o principal “demandante” do segmento.
“Transportes [setor] foi o que mais contribuiu. Porque o serviço de informação e comunicação, apesar de ser o de maior peso, ele fechou [2015] com zero. Não teve nem crescimento real e também não caiu. Então, realmente foi o transporte, que é o segundo maior peso, e os serviços profissionais. Esses dois foram o que puxaram essa queda do ano”.
Na sequência, estão os serviços profissionais, administrativos e complementares, que recuaram 4,3% no ano passado; outros serviços (-9%), serviços prestados às famílias (-5,3%) e serviços de informação e comunicação, que não mostraram variação.
“Os serviços [setor] em relação à indústria e ao comércio caiu menos no ano. De uma certa forma, ele é o último a sofrer o impacto do desaquecimento, que atinge primeiro a indústria e depois o comércio”, analisou Saldanha.
De acordo com ele, em um momento de desemprego no país, “o setor de serviços informal absorve muito mais essa mão de obra da indústria e do comércio. Ele apresenta uma facilidade maior de ingresso nesse setor. É mais acessível, não só da mão de obra não qualifica como a da mão de obra qualificada também”, explicou.
O especialista acrescentou, no entanto, que a pesquisa “infelizmente ainda não tem essa mensuração” do volume do setor de serviços informal.
De acordo com Saldanha, o “resultado positivo” do segmento de tecnologia de informação ocorreu porque “as grandes empresas de serviço de informática, o mês de dezembro é mês de fechamento de contrato, então, elas tendem a receber parcelas mais expressivas no mês de dezembro do que em relação a outros meses”.
Por regiões
Na análise regional, de dezembro de 2015 contra o mesmo mês de 2014, o setor de serviços cresceu em Roraima (12,6%), Mato Grosso (10,5%), Rondônia (3,0%) e Alagoas (1,6%). Por outro lado, tiveram as maiores taxas negativas Amapá (-16,8%), Maranhão (-13,8%) e Bahia (-12,7%).