Governador não vê outra solução para amenizar crise do Rio Grande do Sul. Proposta de aumento de impostos será votada na próxima semana.
A proposta de aumento das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Rio Grande do Sul deve ser votada na próxima terça-feira (22) na Assembleia Legislativa, mas o assunto foi destacado pelo governador José Ivo Sartori na tarde de segunda-feira (14) durante assinatura de convênios com hospitais.
Sartori foi enfático. Voltou a dizer que não há outra solução para a crise do estado a não ser o aumento de impostos, e salientou que os servidores podem ficar sem salários se a proposta não foi aprovada.
“Queremos mudar o ICMS e nós queremos o apoio de toda a Assembleia Legislativa. Nós queremos o apoio de todos para isso porque o mínimo representa, pelo menos, um terço daquilo que a gente pode conquistar para fazer o equilíbrio financeiro do estado do Rio Grande do Sul. Mas dizem ‘oh, a sociedade vai pagar, vai isso, vai fazer aquilo’. Olha, ou é isso, ou então as dificuldades vão ser muito mais superiores. E os salários não apenas serão parcelados. De repente, nem salário vai ter em alguma ocasião”, declarou, em pronunciamento. Veja abaixo, no vídeo do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV.
Governo faz campanha para simpatizar aumento
A assessoria de imprensa do governo gaúcho resolveu investir em uma campanha nas redes sociais para convencer a população de que o aumento do ICMS não irá afetar o cotidiano das famílias. As publicações começaram a ser divulgadas na sexta-feira (11).
Em um dos cards virtuais, o governo afirma que a medida não afetará a conta da energia elétrica. Outra arte afirma que o aumento do ICMS não vai elevar o imposto sobre os produtos que compõem a cesta básica.
Em outra publicação, o Palácio Piratini ressalta que, caso o projeto seja aprovado, a alíquota de ICMS do RS vai se equiparar a de Estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. E ainda faz um contraponto, dizendo que o “Rio de Janeiro, por exemplo, cobra um imposto ainda mais alto: 19%.”
Na segunda-feira (14) entrou a publicação mais recente, que diz que “o preço do óleo diesel e do transporte público não subirá” em caso de aumento do ICMS.
Na visão do vice-presidente do Instituto de Estudos Tributários, Rafael Wagner, entretanto, a população vai sentir o aumento, se ele for aprovado.
“O ICMS é um imposto que a gente não enxerga efetivamente o que a gente está pagando porque ele está embutindo no preço das mercadorias. O impacto desse aumento vai ser sentido por todos. A indústria e o comércio vão transferir esses custos e vamos ter um aumento generalizado de preços no Rio Grande do Sul”, afirma o especialista.