São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram os piores resultados; em agosto, setor teve a primeira contração no país após quatro altas seguidas.

 

A produção industrial recuou em seis dos 14 locais pesquisados em agosto, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (10). As quedas mais intensas foram em São Paulo (-1,4%) e Rio Grande do Sul (-1,4%).

Considerado o conjunto do país, a indústria recuou 0,8% em agosto frente a julho, a primeira queda após quatro altas seguidas. O recuo, conforme pontuou o instituto, se deve ao patamar alto da base de comparação. Entre abril e julho, São Paulo registrou expansão de 7,1%.

Na comparação com agosto do ano passado, a indústria paulista, no entanto, registra alta de 6,6%. Neste tipo de índice, é a maior taxa positiva desde janeiro de 2013 (7,3% na comparação com janeiro de 2012)”, ponderou o analista do IBGE Rodrigo Lobo.

Altas e quedas

Além de São Paulo e Rio Grande do Sul, registraram queda na produção industrial em agosto os estados de Minas Gerais (-0,7%), Pará (-0,7%), Paraná (-0,4%) e Ceará (-0,1%). Conforme divulgado pelo IBGE no dia 3 de outubro, a produção industrial nacional teve queda de 0,8% em agosto.

Dentre os outros oito locais pesquisados pelo IBGE, Santa Catarina registrou variação nula na produção industrial em agosto. Os demais sete locais, no entanto, tiveram alta. A maior delas foi observada no Espírito Santo (7,5%), seguido pela Bahia (4,9%), Amazonas (3,2%), Rio de Janeiro (2,4%), Pernambuco (1,8%), Região Nordeste (0,4%) e Goiás (0,4%).

O principal fator que explica a queda observada em São Paulo, segundo Lobo, foi o fim do processamento da cana de açúcar colhida no estado, que se revertia na indústria alimentícia nos meses anteriores.

São Paulo pesa 33% da estrutura industrial brasileira, enquanto o Rio Grande do Sul representa 7% dela. Somados, então, os dois estados respondem por 40% de toda a produção do país. “A queda nestes dois estados fez com que a produção nacional ficasse no campo negativo em agosto”, enfatizou Lobo.

Já no Rio Grande do Sul, agosto foi a terceira queda consecutiva, acumulando recuo de 4,5% neste período. “Chama a atenção a paralisação para manutenção de uma unidade produtiva de celulose no estado neste mês”, observou o economista.

“Apesar de ter sido o quarto maior crescimento em termos de magnitude, o Rio de Janeiro teve o maior impacto positivo na produção nacional, tendo em vista a sua participação no conjunto da indústria”, destacou Lobo. Segundo ele, o desempenho do estado fluminense foi puxado pela produção de veículos, derivados de petróleo e metalurgia.

Acumulado em 12 meses

“O indicador acumulado em 12 meses mostra 8 dos 15 locais com taxas negativas, mas com maior dinamismo na passagem de julho para agosto. Isso mostra que essas taxas [mensais] estão ficando cada vez menos negativas e passando para o campo positivo”, ponderou o pesquisador.