O valor do prejuízo que o rompimento da barragem de Fundão causou às
prefeituras, ao governo e ao setor privado foi divulgado na quinta-feira (4).

O Ministério Público de Minas Gerais quer saber agora quem fazia o quê na diretoria da Samarco. Na quinta-feira (4) foi a vez do diretor de operações da mineradora. O depoimento do diretor de operações licenciado da Samarco ao Ministério Público terminou no início da noite de quinta-feira (4) e não pôde ser acompanhado pela imprensa.

Os promotores perguntaram a Kleber Terra quais as atribuições de cada diretor da mineradora e como foi o processo de licenciamento ambiental. As informações vão ser confrontadas com o que ele disse à Polícia Federal, que o indiciou por crime ambiental.

O prefeito de Mariana (MG) também foi ao Ministério Público. Ele quer que a Samarco compense a queda na arrecadação do município. Com a paralisação das atividades da extração de minério, Duarte Júnior explicou que vai ter que demitir funcionários, diminuir atendimento médico e acabar com a escola integral e que a Samarco disse que sem minério não vai pagar.

“A empresa tem que lembrar também que ela está há 40 anos no município. Há 40 anos ela tira o lucro e a gente sabe que o lucro do último ano foi de R$ 2,8 bilhões”, declara Duarte Júnior, prefeito de Mariana (MG).

O valor do prejuízo que o rompimento da barragem de Fundão causou às prefeituras, ao governo e ao setor privado foi divulgado na quinta-feira (4) em Belo Horizonte: R$ 1,2 bilhão.

O relatório do impacto socioeconômico do governo do estado foi elaborado com a contribuição de mais de oitenta entidades do Brasil e internacionais. Avaliou os danos causados às propriedades privadas urbanas e rurais que vão de mariana à divisa com o Espírito Santo e gastos que os municípios e o governo tiveram com a tragédia.

“Dentro das 35 cidades nós conseguimos levantar um valor estimado em R$ 145 milhões que as prefeituras gastaram com o evento. Nós estamos falando ao final do levantamento socieconômico em um valor de R$ 1,2 bilhão”, diz Tadeu Martins Leite, secretário de estado de Desenvolvimento Urbano e coordenador da força-tarefa de Minas Gerais.

O levantamento apontou que mais de 320 mil pessoas foram afetadas. Não inclui danos ambientais e nem indenizações pagas pela mineradora e vai ser entregue na sexta-feira (5) ao Ministério Público, ao Poder Legislativo de Minas Gerais e aos prefeitos das cidades atingidas. A ideia é que ele sirva de base para ações judiciais.

“O que a gente quer são ações concretas da empresa, que o privado que a empresa Vale e Samarco levem a cabo todo o trabalho de restauração e que nós exerçamos um controle rígido e uma cobrança rígida”, diz Onofre Alves Batista, advogado-geral do Estado de Minas Gerais.

Em relação à reclamação do prefeito de Mariana (MG) a respeito dos repasses da compensação financeira pela exploração mineral, a Samarco afirma que sempre honrou com seus pagamentos e que, como o último embarque de minério foi em janeiro, o pagamento à prefeitura de Mariana ocorrerá em março.