O presidente da Anfavea (associação que representa as montadoras de veículos), Luiz Moan, afirmou nesta quarta-feira (9) que a política está “corroendo” a economia e que é essencial que o impasse em torno do impeachment seja superado o mais rápido possível.

“Acho que todas as pessoas e instituições precisam neste momento pensar no Brasil em primeiro lugar, então separar as questões políticas das necessidades da nossa economia acho que é um procedimento vital”, afirmou.
Ele reafirmou que a expectativa do setor automotivo é manter as vendas estáveis, pela média diária, até o terceiro trimestre do ano que vem e “quem sabe” registrar uma pequena retomada no final de 2016.

“Essa crise política vai passar”, afirmou, após participar de solenidade no Itamaraty para a assinatura de uma acordo de livre comércio no setor automotivo entre Brasil e Uruguai. “Se nós conseguirmos manter cinco trimestres estáveis, significa que daí para frente a gente volta a crescer.”

O acordo com o Uruguai prevê que, a partir de janeiro, os dois países poderão trocar veículos e autopeças sem a cobrança de tarifa de importação, desde que os produtos tenham uma parcela mínima de conteúdo nacional (55% para as exportações brasileiras e 50% para as uruguaias).

Segundo Moan, a expectativa é que o entendimento gere um aumento das vendas para o Uruguai e uma maior integração do parque produtivo dos dos países. Este ano, o Brasil vendeu 13 mil veículos para o Uruguai até novembro.

“Continuamos trabalhando com o governo brasileiro para aprofundar os acordos comerciais com todos os outros países da América do Sul que ainda não o fizeram, mas também estamos com os olhos voltados também para o Caribe e para o continente africano, fora a União Europeia”, afirmou Moan.