O mercado financeiro reagiu positivamente à rejeição da chapa governista na eleição dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O bom humor permaneceu mesmo após instalação da comissão ter sido suspensa pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin. A decisão a respeito será tomada apenas no próximo dia 16. A suspensão aumenta o risco de o processo de impeachment demorar mais que o esperado, algo que vai na contramão do que o governo deseja.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 2,27%, para R$ 3,728 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, cedeu 1,83%, para R$ 3,741.

Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar caiu sobre 13. O real foi a moeda que mais ganhou força contra a divisa dos Estados Unidos. O dólar também caiu sobre sete das dez mais importantes moedas globais, entre elas o iene, o franco suíço, a libra esterlina e o euro.

O Banco Central do Brasil deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 542,5 milhões.

No mercado de juros futuros, os principais contratos acompanharam o câmbio e fecharam em queda na BM&FBovespa. O DI para janeiro de 2016 se manteve em 14,160%. O DI para fevereiro de 2016 caiu de 14,245% a 14,240%. Já o contrato para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,690%, ante 15,770% na sessão anterior.

BOLSA DISPARA

O principal índice da Bolsa brasileira seguiu a alta dos mercados acionários americanos e fechou no azul nesta quarta-feira. O Ibovespa teve valorização de 3,75%, para 46.108 pontos. O volume financeiro foi de R$ 7,8 bilhões.

As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, ganharam 7,29%, para R$ 7,65 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, tiveram valorização de 10,77%, para R$ 9,46.

Os papéis devolveram parte da perda registrada nas últimas três sessões, apesar da nova queda nos preços do petróleo no exterior, que se mantêm no menor nível em mais de seis anos.

A Vale viu sua ação preferencial subir 3,54%, a R$ 9,65, enquanto a ordinária teve ganho de 3,69%, a R$ 12,08. A mineradora divulgou na véspera a conclusão da venda de quatro megacargueiros para consórcio liderado pela ICBC Financial Leasing, subsidiária do Banco Comercial e Industrial da China, por US$ 423 milhões.

Os bancos, setor com maior peso dentro do Ibovespa, ajudaram a sustentar o avanço do índice. O Itaú subiu 5,42%, para R$ 29,15, enquanto o Bradesco teve valorização de 5,02%, a R$ 21,95. O Banco do Brasil avançou 10,07%, para R$ 18,80.

Fora do Ibovespa, as units do BTG Pactual despencaram 11,57%, para R$ 13,22. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombaram 23%, para R$ 6,06 cada uma.

Desde o dia 25 de novembro, quando o ex-presidente do BTG André Esteves foi preso no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, as units do banco já perderam 57,2% de seu valor. Os papéis da Brasil Pharma cederam 68,9% desde então.