A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para quebrar os sigilos fiscal e bancário do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Fernando Collor (PTB-AL), dentro das investigações da Operação Lava Jato. Ambos são alvos de inquéritos que tramitam no Supremo.
A PF fez o mesmo pedido em relação ao deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), investigado no mesmo inquérito de Renan e também solicitou autorização para ter acesso aos dados bancários do ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), outro investigado no caso.
Os pedidos chegaram ao STF em segredo de Justiça na última quinta (7) e foram encaminhados ao gabinete do ministro Teori Zavascki, responsável por autorizar a realização das diligências.
Nos pedidos sobre Collor, Renan e Aníbal, a Procuradoria Geral da República já se manifestou, cabendo ao ministro a decisão sobre as quebras de sigilo.
Ainda nesta quarta (13) chegaram ao STF outros pedidos de diligências nos inquéritos que investigam o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e Eduardo da Fonte (PP-PE). O teor dos pedidos, no entanto, ainda não foi informado no sistema de acompanhamento processual do STF.
Os políticos são investigados desde o início de março pela PGR e pela PF por suspeita de serem beneficiários do esquema de corrupção da Petrobras. No total, 50 pessoas são alvo de inquéritos no STF, dos quais 48 são políticos, entre senadores, deputados e ex-parlamentares.
Collor é suspeito de receber cerca de R$ 3 milhões em propina em um negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. Ele diz que irá provar sua inocência e nega “qualquer tipo de relação pessoal, política ou empresarial” com o doleiro Alberto Youssef.
Nos casos de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado, o ex-diretor da Petrobrs Paulo Roberto Costa afirmou que recebeu apoio político dos dois parlamentares para se manter no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, em troca de ajuda para o PMDB.
Renan Calheiros ainda é apontado como responsável pela manutenção de Sérgio Machado na presidência da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras. O senador diz que suas relações junto ao poder público “nunca ultrapassaram os limites institucionais”. “Jamais mandei, credenciei ou autorizei o deputado Aníbal Gomes, ou qualquer outro, a falar em meu nome, em qualquer lugar. O próprio deputado já negou tal imputação em duas oportunidades”, disse à época dos inquéritos.
João Pizzolatti (PP-SC), ex-deputado, segundo as investigações, teria recebido, em 2010, R$ 5,5 milhões para financiamento de campanha e R$ 560 mil para pagamento de seu advogado. O parlamentar também faria parte do núcleo político do PP que recebia repasses de R$ 250 mil a R$ 300 mil mensais. Pizzolatti alegou, à época, que só iria se manifestar posteriormente sobre os inquéritos que tramitam no STF.