Analistas esperavam alta de 6,8% ante o mesmo período do ano passado Políticas que ajudaram em forte alta da Bolsa também colaboraram para expansão; meta do ano fica mais provável
As políticas de estímulo que levaram a um forte avanço das Bolsas chinesas até junho também permitiram que o PIB (Produto Interno Bruto) local crescesse 7% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado.
O resultado surpreendeu analistas, que esperavam um avanço de 6,8%. No primeiro trimestre, a segunda maior economia global já havia crescido 7%.
A estabilização do ritmo chinês acontece depois de quatro cortes na taxa de juros desde novembro do ano passado pelo banco central e também da redução na taxa de compulsório dos bancos –ambas medidas visam estimular a economia.
Essas estratégias também ajudaram a Bolsa chinesa a chegar a subir 60% até o ápice em junho, quando ela começou a despencar violentamente até a semana passada o governo adotar uma série de intervenções no mercado, dificultando a venda de ações por parte de investidores e incentivando a compra de papéis realizada por estatais.
Ainda assim, apesar da estabilização, os ganhos da Bolsa de Xangai (a principal do país) estão mais reduzidos no ano: alta de 21%.
Há dúvidas se o impacto recente na Bolsa se refletirá no desempenho econômico dos próximos meses, mas o resultado do segundo trimestre torna mais provável que a meta prometida pelo primeiro-ministro Li Keqiang seja atingida.
O premiê disse que o crescimento neste ano será de “cerca de 7%”. No ano passado, a economia chinesa cresceu 7,4%, abaixo da meta estabelecida pelo governo na ocasião (cerca de 7,5%) e o pior desempenho desde 1989.
A desaceleração chinesa é vista como inevitável por analistas, à medida que o país muda o seu modelo econômico: menos voltado para a indústria (como é hoje) e mais para o consumo interno e para o setor de serviços.
Essa mudança já é sentida por países como o Brasil, que tem na China seu principal comprador.
As exportações para a China recuaram 23% neste ano, com a queda na venda de produtos como minério de ferro e soja.
Um dos raros casos em que o Brasil conseguiu elevar as exportações para a China foi o do petróleo.
As exportações até junho subiram 52% ante o mesmo período do ano passado, para US$ 2,4 bilhões.
O aumento das vendas brasileiras acontece em um momento em que a Petrobras intensifica os acordos com a China para garantir financiamento. Em maio, a estatal obteve crédito de US$ 7 bilhões com bancos chineses.
Em volume, a venda de petróleo para os chineses foi ainda maior: 200%. A diferença entre o crescimento dos valores exportados e do volume vendido deve-se à queda no preço do barril de petróleo no mercado internacional desde meados de 2014.