Na tentativa de driblar a crise econômica que afeta o País, a população vê nos restaurantes populares alternativa barata e de qualidade para realizar suas refeições.

Somente nas unidades do Bom Prato, mantidas pelo governo estadual, a procura pelo almoço a R$ 1 tem sido entre 10% e 15% maior neste ano, conforme o secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Floriano Pesaro.

Na região, apenas Santo André mantém um dos 49 restaurantes custeados pelo governo do Estado. O equipamento, aberto há 13 anos, serve, em média, 200 cafés da manhã e 1.500 almoços por dia. “É o maior programa de segurança alimentar do País e um dos dez maiores do mundo porque garante refeição balanceada, com a quantidade de calorias necessárias (1.200) e a preço acessível. Do começo do ano para cá, temos notado que as filas estão maiores e, por isso, estamos distribuindo senhas”, destaca o secretário.

Devido ao cenário, Pesaro já cogita a possibilidade de ampliar recursos destinados ao programa. “Frente à demanda, há uma pressão geral por aumentar o número de refeições. Imaginamos que seja necessário investimento de R$ 3 (milhões) a R$ 4 milhões a mais em todo o Estado”. Somente em Santo André, o restaurante demanda R$ 120 mil por mês. Isso porque cada refeição custa R$ 4,50, sendo que R$ 3,50 são custeados pelo governo.

A equipe do Diário visitou a unidade do Bom Prato andreense ontem e constatou que, apesar das longas filas e tempo de espera elevado, a população reconhece no serviço opção de economia.

A subida no preço dos alimentos fez com que a motorista Marilene Dias, 43 anos, optasse pelo arroz, feijão, carne moída, batata, salada, mexerica e suco oferecidos pelo Bom Prato. “A comida está muito cara e não tenho como cozinhar em casa todos os dias. Aqui a refeição é barata e o serviço é bom. Sempre sou bem atendida e a limpeza é exemplar.”

O baixo preço da refeição também foi o motivo pelo qual o funcionário da ONG (Organização Não Governamental) Mensageiros da Alegria Fabio Dirceu, 20, escolhesse almoçar no local. “Com R$ 1, sempre consigo me alimentar bem. A comida que servem aqui é gostosa e acessível. Venho todos os dias.”

O aposentado Ubirajara Cordeiro, 69, se diz feliz com o serviço oferecido. “Para mim, que atualmente só recebo a aposentadoria, é uma ótima opção. Posso comer muito e pagar pouco.”

Diadema e Mauá também oferecem almoço completo a preço acessível

Outros dois municípios da região disponibilizam refeições populares, ambos em parceria com o governo federal: Diadema e Mauá. As unidades funcionam de segunda a sexta-feira, entre 11h e 14h.

Em Diadema, são dois os locais onde a população pode ter acesso a café da manhã e almoço: nos bairros Serraria e Campanário, a R$ 1,50. No geral, são servidos 350 cafés da manhã e 2.200 almoços todos os dias.

Mauá também conta com duas unidades do restaurante popular, uma no Centro e outra no bairro São João, que servem juntos 2.500 refeições por dia a preço de R$ 1.

O município chefiado pelo prefeito Donisete Braga (PT) pleiteia a instalação de unidade do Bom Prato, no entanto, o processo depende da escolha de imóvel para o equipamento e de recursos para ser erguido na cidade. Para a implantação de uma unidade, o Estado investe em torno de R$ 400 mil. O custeio das refeições pode ser com ou sem a participação da Prefeitura.

Fonte: Diário do Grande ABC