Estado terá investimento de R$ 25 mi – 60% do valor será destinado à estruturação de centros regionais de atenção às crianças com a má formação

Em meio a uma grave epidemia de microcefalia, o governo de Pernambuco anunciou, nesta segunda-feira, 30, o investimento de R$ 25 milhões para o Plano Estadual de Enfrentamento às Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti. Deste total, R$ 5 milhões serão destinados ao combate ao mosquito e compra de equipamentos, R$ 5 milhões para campanha de mídia e R$ 15 milhões para estruturação de centros regionais de atenção às crianças com microcefalia.  

O anúncio foi feito na cidade de Gravatá, no agreste do Estado, após uma reunião de trabalho entre o governador Paulo Câmara, os ministros da Saúde, Marcelo Castro, e da Integração Nacional, Gilberto Occhi; o secretário nacional de Defesa Civil, general Adriano Pereira Júnior, e 150 prefeitos de municípios pernambucanos.  Até o momento, Pernambuco notificou 646 casos de microcefalia. 

“Essa não é uma questão de Pernambuco, é uma questão do País. As ações do governo vão continuar e vamos precisar de uma grande mobilização social para solucionar essa questão. O momento é de união nacional”, afirmou Câmara. O anúncio aconteceu três dias depois que o Ministério da Saúde confirmou a relação do vírus zika com o aumento de casos de microcefalia no Brasil.

Em 2015, foram detectados, em Pernambuco, os quatro sorotipos da dengue circulando ao mesmo tempo, fato até então inédito. Outros dois agentes infecciosos, o da chikungunya e o da zika, também foram confirmados no Estado. Todos os vírus são transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti.

O governador ressaltou que enviará ofício ao governo federal para que a liberação dos benefícios às mães de crianças diagnosticadas com microcefalia seja acelerada. No último domingo, também foi decretado estado de emergência contra o mosquito. A medida busca agilizar e processos, como o de compra de insumos.

 

Plano. O Plano de Contingência está focado em quatro eixos: vigilância dos casos e controle do vetor; assistência ao paciente; comunicação social, para ampla divulgação sobre as doenças; e gestão integrada do plano, para monitoramento de todas as ações estaduais e municipais.

Os hospitais que atendem a rede SUS e os da rede privada receberão novas capacitações em 2016 para atender os casos suspeitos das arboviroses, alcançando no mínimo 80% de profissionais. Na rede de alta complexidade serão capacitados 530 e nos postos de saúde, regionais e UPAs, 3 mil profissionais. Na Estratégia de Saúde da Família, a meta é capacitar 80% das mais de 1,8 mil equipes.

Entre as atividades executadas pelos municípios para o controle do mosquito Aedes aegypti está a eliminação dos criadouros e a aplicação de inseticida químico para a eliminação das larvas do inseto. O larvicida é utilizado nos depósitos positivos (com a presença de larvas) ou vulneráveis (que permitem a oviposição pela fêmea do mosquito) que não podem ser eliminados mecanicamente  – por destruição, vedação ou destinação adequada.