Parece que o brasileiro entrou no melhor do mundo. Engano! Os juros precisam refletir a realidade do consumidor, facilitando as compras para a retomada do crescimento, para beneficiar os 20 milhões de famílias afetadas pelo desemprego.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento e Social) só serve para ajudar financiar jatinhos para governador e apresentador de TV, entre outros. Infelizmente meia dúzia de bancos continua saqueando o Brasil. Por outro lado, diversas empresas não conseguem crédito fácil, por causa do custo financeiro que impacta a produção.
Por outro lado, o governo não mostra para sociedade que é contrário a postura do sistema financeiro nacional, usado apenas para sugar bilhões através do pagamento de juros através da dívida pública. Infelizmente o Brasil se parece com um navio à deriva, nas mãos de um comandante sem talento e capacidade para conduzir uma nação rumo ao crescimento.
O atual Poder Legislativo é ineficiente e o Judiciário não se comporta corretamente, com a postura de uma instituição preocupada com a população, não apenas com os banqueiros, que jamais tiveram atenção para os problemas enfrentados pelas micro e pequenas empresas na busca de crédito para continuar em funcionamento e gerando empregos.
O maior absurdo nesta história é o Banco Central liberar dinheiro aos bancos com uma taxa de 5,5% ao ano e depois emprestar cobrando por mais de 11% ao mês. Segundo cálculos da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contabilidade), por ano o brasileiro paga 268,83% de juros ao ano, uma média de 11,49% ao mês, no cartão de crédito.
No cheque especial chega a 280,92%, média de 11,79% mensais. No empréstimo pessoal em financeiras, o assalto continua com a cobrança de juros de 118% ao ano, média de 6,71% ao mês. Ou seja, enquanto o Banco Central baixa a Selic para 5,5% ao ano, os banqueiros saqueiam o bolso do brasileiro com taxas fora da realidade.
No cheque especial, a Caixa é o banco, teoricamente, que cobra a menor a taxa de juros no mercado, se é que isto seja baixo; ela cobra 9,99%. O Banco do Brasil tem a segunda taxa mais baixa, com 12,49% ao mês. A do Itaú chega a 13,45% mensais. O Bradesco também cobra o mesmo percentual de taxa. O Santander fecha este time de exploração cobrando 14,93% de juros ao mês, para quem se aventurar a ter cheque especial.
Para entrar num financiamento da casa própria, os juros do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) também repete o saque contra o bolso do trabalhador. O Banco do Brasil tem taxa a partir de 7,99% ao ano + TR, Itaú Unibanco (8,1% ao ano+ TR), Bradesco (8,9%+ TR), Santander (7,99% ao ano+ TR). Deste jeito não é possível o Brasil ser um país que dê certo, quando somente os banqueiros levam vantagem em tudo.
*Antonio Silvan Oliveira é presidente do Sindiquímicos Guarulhos e CNTQ