Justificando o injustificável, a autoridade monetária (Banco Central) afirma que a decisão pela sexta alta consecutiva da taxa básica de juros é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Com essas palavras rebuscadas, o Copom elevou a Selic a 14,75% ao ano, uma alta de 0,5% da taxa Selic.
Em suas palavras, os diretores do BC dizem que permanecem atentos para manter o nível apropriado da taxa Selic, ou seja, nada muda os bancos e demais instituições financeiras continuam faturando e, o trabalhador se atolando em juros exorbitantes.
Fonte: uol.com.br
O Impacto da Taxa SELIC na Vida do Trabalhador
A Taxa SELIC, sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil a cada 45 dias, ela serve como principal instrumento para controlar a inflação e influencia diretamente diversas esferas da vida financeira do trabalhador.
Entender seu funcionamento e seus impactos é crucial para que o cidadão possa tomar decisões mais conscientes sobre seu dinheiro, seja em relação a empréstimos, financiamentos, investimentos ou mesmo o planejamento do orçamento doméstico.
Um dos impactos mais diretos da SELIC no cotidiano do trabalhador está relacionado ao crédito. Quando a SELIC sobe, o custo do dinheiro no mercado aumenta. Isso significa que as taxas de juros cobradas em empréstimos pessoais, financiamentos de imóveis e veículos, e até mesmo no rotativo do cartão de crédito, tendem a ficar mais altas.
Para o trabalhador que precisa recorrer a essas modalidades de crédito, o endividamento pode se tornar mais oneroso, comprometendo uma parcela maior da sua renda mensal com o pagamento de juros. Por outro lado, quando a SELIC cai, o crédito tende a ficar mais barato, o que pode facilitar a realização de projetos que dependem de financiamento e aliviar o orçamento de quem já possui dívidas atreladas a juros variáveis.
O consumo também é significativamente afetado pelas variações da taxa SELIC. Com o crédito mais caro e, consequentemente, mais restrito devido a uma SELIC elevada, a tendência é que haja uma desaceleração no consumo das famílias. Produtos e serviços que dependem de financiamento, como eletrodomésticos, automóveis e pacotes de viagem, podem ter sua demanda reduzida.
Esse cenário, embora possa parecer negativo para o comércio, é muitas vezes uma medida necessária para conter a inflação. Quando a SELIC está mais baixa, o estímulo ao consumo é maior, pois o acesso ao crédito se torna mais fácil e as parcelas cabem melhor no bolso do trabalhador. Esse aquecimento do consumo pode, por um lado, impulsionar a economia, mas por outro, se excessivo, pode pressionar os preços para cima.
Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam o consumo e, teoricamente, ajudam a frear a escalada dos preços. Para o trabalhador, uma inflação controlada é fundamental, pois garante a manutenção do seu poder de compra. Se os preços sobem descontroladamente, o salário perde valor rapidamente, dificultando a aquisição de bens essenciais.
Uma SELIC mais baixa, por sua vez, pode ser adotada em cenários de inflação controlada para estimular a atividade econômica, mas sempre com o cuidado de não reacender pressões inflacionárias. Além desses pontos, a taxa SELIC pode influenciar indiretamente a geração de empregos.
Uma SELIC muito alta por um período prolongado pode desestimular os investimentos produtivos por parte das empresas, que enfrentam custos de financiamento mais elevados. Esse cenário pode levar a uma desaceleração da atividade econômica e, consequentemente, impactar negativamente o mercado de trabalho.
Por outro lado, uma SELIC mais baixa pode incentivar o investimento empresarial, o crescimento econômico e a criação de novas vagas.
Em resumo, as decisões sobre a taxa SELIC têm um alcance profundo na vida do trabalhador brasileiro, afetando seu acesso ao crédito, seu poder de consumo, a rentabilidade de seus investimentos e o comportamento da inflação, que corrói ou preserva o valor do seu salário.
Fontes de pesquisas: fundacao1demaio.org. br/InfoMoney.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil