O mês de agosto é considerado o mais seco. Os demais reservatórios que abastecem a Grande SP também caíram.

O nível do Sistema Cantareira caiu pela terceira vez seguida nesta terça-feira (4), segundo dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Houve redução de 0,1 ponto percentual e o sistema agora opera com 18,4% da capacidade.

Os demais cinco reservatórios que abastecem a Grande São Paulo também tiveram queda de nível nesta terça-feira. Acompanhe o nível de outros reservatórios.

O mês de agosto, considerado o mais seco do ano na Grande São Paulo, começou com registro de apenas 0,5 mm de chuva nas represas que abastecem 5,3 milhões de pessoas na região metropolitana.

Julho foi o quarto mês seguido em que o sistema teve chuva abaixo da média. A precipitação acumulada foi de 43,9 mm, 87,8% dos 50 mm esperados.

O sistema começou julho com 19,8% e, após sucessivas perdas de água, chegou ao final do mês com 10,8 bilhões de litros a menos. Apesar disso, o acumulado de precipitações é ligeiramente maior que julho do ano passado (40,4 mm), ano mais seco já registrado no manancial.

Os demais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo também tiveram queda de nível neste domingo. Acompanhe o nível de outros reservatórios.

Chuvas

O Cantareira terminou junho com menos chuvas que o previsto, a exemplo do que também ocorreu em abril e maio. A chuva do mês passado também não foi suficiente para os demais reservatórios que abastecem a Grande São Paulo. Com exceção do Sistema Rio Claro, que recebeu mais que o dobro do previsto, todos os demais ficaram abaixo do esperado.

O Guarapiranga é atualmente o principal sistema da Grande São Paulo, com 5,6 milhões de pessoas atendidas.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, voltou a descartar a implantação de um racionamento, mas a crise hídrica ainda não chegou ao fim. O Cantareira terminou a estação chuvosa, encerrada em março, com apenas a segunda cota do volume morto recuperada, ou seja, a primeira cota ainda não foi reposta e o manancial segue operando no vermelho.

Redução

O Sistema Cantareira, que já foi o principal da Grande São Paulo, atendendo 8,8 milhões de pessoas, teve uma nova redução no número de clientes, passando de 5,4 milhões para 5,3 milhões, informou a Sabesp.

Os 200 mil clientes tirados do Cantareira foram incorporados pelo Sistema Rio Claro, que abastece 1,5 milhão de pessoas na Grande São Paulo. Isso foi possível após a conclusão, no dia 30 de maio, de uma ligação entre duas adutoras na Vila Ema, Zona Leste.

Com a obra, os bairros da Mooca, São Mateus, Vila Formosa, Vila Alpina e Sapopemba passam a ser atendidos prioritariamente pelo Sistema Rio Claro, que agora responde por 80% da água fornecida. Os demais 20% ficaram com o Cantareira.

Até 2013, antes da crise, a proporção era inversa: o Cantareira fornecia cerca de 80% da água consumida nesses locais, contra 20% do Sistema Rio Claro.

Índices

O índice de 18,4% do Cantareira divulgado nesta segunda pela Sabesb considera o cálculo feito com base na divisão do volume armazenado pelo volume útil de água. Após ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, no entanto, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices para o Sistema Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira. Nesta terça, ele era de 14,2%. O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reservatécnica pelo volume útil. Nesta manhã, o índice era de -10,9%.

Fonte: G1