Texto que formará base para acordo começa a ser escrito na quarta-feira. Porta-voz do governo deixou aberta possibilidade de eleições antecipadas.

A porta-voz do governo grego, Olga Gerovasili, afirmou nesta terça-feira (4) que na quarta-feira começará a redação, ao lado dos credores, do texto que formará a base do acordo para o terceiro resgate do país. O Executivo está disposto a fazer “o que for necessário” para que o acordo seja ratificado no parlamento até o dia 18, garantiu a porta-voz.

Em entrevista na manhã desta terça-feira à emissora “Skai”, Gerovasili recalcou, no entanto, que para que haja um acordo é necessário que todas as partes o queiram, e “a experiência demonstrou” que quanto mais perto se está do final, mais aumentam as pressões.

Segundo Gerovasili, na Europa ainda há “poderosos interesses estrangeiros” que, em cooperação com “alguns círculos nacionais”, querem que – “por razões econômicas” – a Grécia saia da zona do euro.

Neste contexto, a porta-voz mencionou o chamado “lobby do dracma”, em alusão aos gregos que tiraram seu dinheiro do país e que podem tirar proveito de uma saída da Grécia da zona do euro, já que com suas reservas em euro poderiam fazer fortunas em dracmas.

Eleições

Por outro lado, Yerovasili deixou aberta a possibilidade de convocar eleições antecipadas, mas recusou pôr datas.

“Seria um erro planejar agora os eventos políticos. O que o país necessita agora é um governo estável “, acrescentou.

No entanto, descartou a possibilidade de que com o tempo possam seguir “coexistindo dois planos estratégicos diferentes” no Syriza, o que ocorre atualmente após a negativa da ala mais radical de respaldar um terceiro memorando.

“Acho que duas opções políticas diferentes em um só governo é algo difícil de sustentar-se”, disse a porta-voz, que no entanto excluiu a possibilidade de formar uma coalizão com os outros partidos da oposição.

A dissidência interna levou o governo de Alexis Tsipras a depender dos apoios parlamentares da oposição, o que de fato transformou a coalizão entre Syriza e os nacionalistas Gregos Independentes em um governo de minoria.

O Comitê Central do Syriza respaldou na semana passada o pedido de Tsipras de convocar em setembro, previsivelmente depois da assinatura do resgate, um congresso extraordinário para debater o futuro do partido e uma possível cisão.

A Plataforma de Esquerda, o ala mais esquerdista do partido, queria que o congresso se realizasse antes da assinatura do acordo para dar assim a possibilidade às bases a pedir ao governo que não firme o resgate.

Fonte: G1