Participantes do Fórum da Previdência criticam aumento do tempo de serviço de trabalhadora

A proposta de reforma previdenciária defendida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, enfrentará fortes resistências e será rejeitada por sindicalistas e representantes dos aposentados no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência. Fazer as mulheres trabalharem por igual tempo de serviço dos homens para poder se aposentar e alterar as regras da concessão de benefício rurais foram fortemente criticadas por participantes do fórum ouvidos pelo DIA.

“Vamos rejeitar as propostas. Não terá acordo. Não faz sentido mexer na aposentadoria das mulheres. Elas trabalham em dupla e até tripla jornadas”, criticou João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, que tocará no assunto na próxima reunião do fórum confirmada ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência para a próxima terça-feira, mesmo com a pauta que foi divulgada não trate do tema.

O presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados (Cobap), Warley Martins, faz coro. “Não vamos aceitar retirada de direitos das mulheres por conta da desigualdade com que são tratadas no mercado de trabalho”, reclamou.

Procurada, a CUT informou que prefere esperar que a proposta seja oficializada no fórum para se posicionar.

Pela proposta, que foi confirmada ontem pelo ministério e que será apresentada ao fórum, o governo quer acabar com critérios diferentes de gênero e adotar idade mínima de 65 anos para que trabalhadores e trabalhadoras possam requerer o benefício do INSS. O tempo mínimo de contribuição sobe para elas dos atuais 30 para 35 anos de contribuição.

“Grande parte das famílias é sustentada por nós. Sofremos com a injustiça de ganhar menos do que os homens e termos menos oportunidades. A proposta é muito negativa”, avaliou Adriana Nalesso, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, filiado à CUT.

No caso da aposentadoria rural, a Fazenda quer igualar as regras às do setor urbano. Hoje, o agricultor não precisa provar que contribuiu para a Previdência. Vale declaração de sindicatos rurais comprovando pelo menos 15 anos de trabalho. O governo alega há déficit de R$ 72,8 bilhões em 2015 na previdência rural.