Na terça, 27 de setembro, sindicalistas promoveram ato, das 10h às 13h, diante do escritório da  Merck Sharp & Dohme – MDS na Avenida Chucri Zaidan, 246, Itaim-Bibi, Zona Sul de SP, contra práticas antissindicais adotadas pela empresa.

Durante o ato, a empresa não recebeu nem enviou nenhum funcionário do RH para discutir com dirigentes sindicais que estavam no local, entre os quais o presidente da CNTQ – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Químico e do Sindiquímicos, Antonio Silvan Oliveira. Quando os sindicalistas tentaram entrar no edifício foram barrados pela segurança particular da empresa, completamente despreparada.

Segundo o presidente da Federação dos Sindicatos dos Propagandistas da Indústria Farmacêutica do Norte/Nordeste, Fernando Ferreira de Oliveira, o MSD já demitiu gestante, persegue funcionários eleitos para presidir a Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, a Comissão de Trabalhadores para acompanhar cumprimento de metas no PPR e mandar embora sindicalistas que pertençam à diretoria de entidades dos propagandistas.

Comissão de Sindicalistas aguardando representantes da empresa

A Polícia Militar, presente ao local a pedido da CNTQ, coibiu tentativa de agressão que a segurança particular contratada pelo MSD tentou desferir nos dirigentes sindicais. Prova concreta da incompetência do Merck Sharp & Dohme em administrar qualquer tipo de conflito. Outra prova de insensatez foi acionar a PM para cercar a entrada do edifício, desconhecendo que no local já estava presente uma base da polícia para acompanhar a manifestação, garantida pela Constituição Federal.

Silvan pergunta:  será que o MSD age de forma irresponsável na produção de medicamento? Há 13 anos o mercado anual de medicamentos anti-HIV movimentou cerca de US$  6 bilhões, que subiu para  US$ 8 bilhões em 2013. A preocupação procede por que em 1996 o MSD teve o remédio Crixivan aprovado pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 1º de abril de 1996, que passou a ser distribuído, em janeiro de 1997, pelo Ministério da Saúde a pacientes soropositivos. O mesmo se repetiu com o medicamento Efavirenz, em agosto de 1999. “Se agir do mesmo modo que trata seus funcionários, os consumidores precisam ficar preocupados ao adquirir produtos do MSD”, disse.

O presidente da Federação Interestadual dos Propagandistas, Luís Marcelo Ferreira, disse que a tática do MSD é mandar embora dirigentes sindicais, mesmo reconhecendo que eles têm estabilidade para continuar trabalhando. “Às vezes marcam reuniões com os propagandistas em cidades distantes 300 quilômetros de onde residem e cobram deles a chegada bem cedo ao serviço”, disse.

 

Na opinião de Silvan, o MSD não vive na prática o que recomenda na teoria. “A diretoria de RH é insensível ao não reconhecer a necessidade de negociar. Sem qualquer jogo de cintura para buscar solução nos problemas administrativos entre capital e trabalho”, afirmou.

 

Silvan ressalta que o MSD faz propaganda enganosa no seu site ao dizer que investe na vida, e que o seu compromisso é com saúde e não com o lucro. “Mas quando demite sindicalistas e gestante acaba provando o contrário. Desconhece que a CLT e a Constituição Federal garantem o direito de organização sindical e nenhum dirigente pode ser demitido”, argumentou.

 

Ao tratar com truculência os trabalhadores que exercem a função de propagandistas, o MSD demonstra não ter nenhum compromisso com a imagem da empresa. “Eles são respaldados para levar a imagem, através dos medicamentos que MSD produz, junto aos médicos de diversas regiões do Brasil”, disse.

O presidente Ferquimfar – Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Ramo Químico, Farmacêutico e Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro e 1º vice-presidente da Força Sindical/SP, Isaac Wallace de Oliveira, alertou os diretores do MSD que a escravidão deixou de existir no Brasil desde 1888, com a publicação da Lei Áurea. “Mesmo assim, deixo bem claro aos companheiros propagandistas, que nós estamos prontos para ajudá-los. Não admitimos em nosso meio empresas escravagistas”, disse.

Participaram da manifestação companheiros do  Sindicato dos Aeroviários de SP, Químicos de São Carlos, Químicos de Sorocaba, Químicos de Guarulhos –  Sindiquímicos , Sindicato das Costureiras do Estado de SP, FEQUIMFAR (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Est. de SP), Ferquimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Ramo Químico, Farmacêutico e Material Plástico do Estado do Rio de Janeiro), Químicos de São Gonçalo (RJ),  CNTQ, Sindimestres, Feprovenone (Federação dos Sindicato dos Propagandistas, Propagandistas-Vendedores e Vendedores de Produtos Farmacêuticos do Norte e Nordeste), FIP (Federação Interestadual dos Propagandistas), Sindipronsp, Sinprojun, Sinprosor, Sinprovap e Sindipros-ABC.

Fonte e Foto: Assessoria de Imprensa da CNTQ