Manutenção dos juros nesta quarta-feira reforçou incertezas sobre a inflação e alimentou suspeitas sobre a falta de autonomia do BC; nova queda do preço do petróleo também influencia o câmbio
O dólar abriu em forte alta em relação ao real, se ajustando principalmente à manutenção da taxa Selic em 14,25% ao ano, disse um operador de uma corretora. Por volta das 9h40, a moeda norte-americana subia 1,73%, cotada a R$ 4,17.
A fonte ressaltou que os ganhos da divisa americana em relação a algumas moedas de países emergentes e ligadas a commodities no exterior, em meio a um novo declínio do petróleo, está bem menor que a valorização do dólar ante o real.
A decisão do Copom nesta quarta-feira à noite contrariou a expectativa majoritária dos economistas do mercado de alta de 0,25 ponto porcentual da taxa básica de juros e eleva o mal-estar com a percepção de ingerência do governo sobre o Banco Central, afirmou o mesmo operador.
No mercado acionário, as bolsas asiáticas fecharam com quedas expressivas em meio às preocupações com a economia chinesa e a tendência de queda do preço do petróleo. Na China, o Xangai Composto sofreu um tombo de 3,2%, a 2.880,48 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de menor abrangência, teve queda ainda mais expressiva, de 4%, a 1.800,99 pontos.
O Nikkei, índice que reúne as ações mais negociadas em Tóquio, caiu 2,43%, a 16.017,26 pontos, um dia depois de entrar no chamado “território baixista”, ao acumular perdas de mais de 20% em relação à sua máxima mais recente.
Já na Europa, as bolsas exibem um dia de recuperação, após embolsarem perdas acentuadas na sessão anterior, quando o índice pan-europeu Stoxx 600 atingiu o menor patamar desde outubro de 2014.
Por volta do mesmo horário, a Bolsa de Londres subia 0,26%, Paris ganhava 0,42% e Frankfurt tinha alta de 0,54%. Já a Bolsa de Milão avançava 1,16%, Madri tinha acréscimo de 0,41% e Lisboa expandia 0,92%. Mas os ganhos seguem limitados diante de mais um dia de perdas no petróleo.
O contrato do petróleo Brent para março recuava 0,86% nesta manhã, a US$ 27,64 por barril, na ICE. Já o petróleo WTI para março, negociado em Nova York, caia 1,23%, a US$ 28,00 por barril.
(Com informações de Silvana Rocha e Sérgio Caldas, da Agência Estado)