O Brasil deve perder cerca de 1,4 milhão de postos formais de trabalho até o fim deste ano, após encerrar 2015 com um saldo negativo de 1,6 milhão, de acordo com estimativas da consultoria LCA.

Pelas previsões, a indústria ficará com cerca de 558 mil postos a menos, liderando entre os setores com maiores baixas no número de vagas.

Desde 1999, o país não tinha um segundo ano seguido com fechamento líquido de empregos, pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

“Os números também são mais impactantes que naquela época, mas hoje o estoque de vagas formais é maior do que nos anos 1990. Parte dos registrados foi devolvida à informalidade”, lembra Fabio Romão, economista da LCA.

Em boa medida, segundo a consultoria, esse resultado aconteceu porque o setor de serviços vinha de bons resultados. “Mas tudo passou a piorar rapidamente. É uma reação às baixas dos outros setores e à perda de renda.”

As projeções da consultoria apontam que o rendimento médio do brasileiro deve ter neste ano a segunda baixa consecutiva -retração de 2,5%, depois de fechar o ano passado com queda de 3,9%.

Apesar de liderar a perda de vagas, a indústria é o segmento com maior capacidade de reação, diz Romão.

“Em 2008, muitos postos sumiram, mas naquele período ficou claro que os efeitos da crise mundial não seriam severos no Brasil e se contratou de novo em 2009 e 2010.”

*

Corra, Brasil, Corra

A Codere, especializada em apostas em jogos, investiu R$ 4 milhões em um site brasileiro de corridas de cavalo, o Suaposta.com.

A plataforma, que será lançada nos próximos dias, é uma parceria do negócio espanhol com o Jockey Club do Rio Grande do Sul.

No Brasil, a lei 7.291, de 1984, permite a exploração da aposta no turfe por hipódromos ou agências credenciadas. Para criar a página, a Codere teve autorização do Ministério da Agricultura.

“A concorrência nessa área é pequena”, diz André Gelfi, diretor da empresa no Brasil. “Queremos capturar o público que hoje aposta em sites estrangeiros.”

Para reforçar a estrutura brasileira do site, ele trará as cores verde e amarela.

A empresa está de olho não só nos turfistas, estimados em cerca de 12 mil, mas também no público de quem gosta de jogar on-line, calculado em 5,6 milhões.

O jogador poderá apostar tanto em corridas nacionais, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, quanto em disputas em países como África do Sul, México e Austrália.

A Codere recebe uma porcentagem, que não revela, do valor da aposta. O restante fica com o hipódromo.

Desde 2005, a empresa tem seis casas de apostas no país, no Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro.

Empregados por um tempo

Para atender à demanda extra gerada pelas festas de fim de ano durante a crise econômica, a indústria e o comércio contrataram como temporários trabalhadores de níveis hierárquicos que costumavam ser fixos.

Isso teve um efeito na remuneração dos temporários. Uma pesquisa da federação das empresas de RH desse setor mostra que, na média, o pagamento foi 30% maior em 2015 do que no ano anterior.

No entanto, houve uma queda de 36% no volume de contratações.

Esse tipo de contrato curto deve aumentar neste ano, na avaliação de Wander Morales, presidente da federação.

“As empresas podem ter uma demanda extraordinária, mas não é possível saber se ela irá se sustentar. E, por isso, os empregadores vão chamar mais temporários.”

As efetivações foram de 6%, um acréscimo de três pontos percentuais em relação a 2014. No entanto, é uma proporção muito menor do que o nível histórico, que costuma ser de 15%.

*

Carrinho Seletivo

Mais de 71% das categorias de produtos vendidos em drogarias não têm a preferência do consumidor pela compra nesses estabelecimentos, segundo o ICTQ (que pesquisa o mercado farmacêutico).

Os tipos de produtos que mais levam clientes à farmácia são os medicamentos (100%) e os produtos para a pele (55%), como protetor solar e hidratante.

As demais categorias, como produtos capilares e as linhas de consumo para uso masculino, são procuradas sobretudo nos supermercados, onde o consumidor é menos objetivo.

“Os xampus e as lâminas de barbear são comprados mais em mercados por questão de hábito, não por preço”, diz Marcus Vinícius Andrade, diretor do instituto.

“Apesar da concorrência, a linha de suplementos alimentares, por exemplo, não se encontra disponível em todas as farmácias, mas tem se tornado uma tendência.”