Pelo acordo que assinou, ex-dirigente pode ir ao médico e à igreja, mas é orientado a ficar em casa para não criar nenhum tipo de suspeita sobre seu comportamento
José Maria Marin, ex-presidente da CBF, detido em prisão domiciliar nos Estados Unidos, foi aconselhado por seus advogados a passar pelo menos duas semanas sem nem tentar deixar o apartamento onde mora em Nova York. Segundo sua defesa, ele está com uma tornozeleira eletrônica.
Para poder aguardar em prisão domiciliar pelo julgamento de sua ação, Marin aceitou oferecer US$ 15 milhões (ou cerca R$ 57 milhões em câmbio de hoje) para garantir que não vai tentar fugir.
Marin também está proibido de manter contato com qualquer pessoa citada na investigação e também com as empresas de marketing esportivo envolvidas no esquema de corrupção que o levou para a cadeia. O ex-cartola é acusado de receber subornos dessas empresas em troca de ceder a elas direitos comerciais e direitos de transmissão de eventos esportivos.
Na prática, Marin está proibido de conversar com seu antecessor na presidência da CBF, Ricardo Teixeira, e tampouco pode falar com seu sucessor, Marco Polo Del Nero. Os dois são citados indiretamente nas investigações – seus nomes não aparecem, mas as autoridades americanas afirmam que dirigentes com as características de Del Nero e Teixeira também receberam propina.
Esses crimes teriam sido cometidos nos EUA, por meio de empresas e bancos com sede no país, motivo pelo qual Marin está sendo processado por autoridades americanas. O ex-presidente da CBF foi preso em Zurique no dia 27 de maio e extraditado para os Estados Unidos em 3 de novembro. Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira estão no Brasil.