Trabalhadores de várias categorias promovem a primeira manifestação por juros menores de 2016

Em uma demonstração de unidade, as Centrais Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CTB e CGTB participaram, nesta 3ª feira, 19, em frente ao prédio do Banco Central (BC), na av. Paulista, da primeira manifestação de 2016 contra os juros altos. O ato foi realizado no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária – Copom – para definir a taxa Selic. “O BC tinha que dar um sinal contrário às expectativas do mercado, que é a de o Copom aumentar a Selic. Tem que começar a baixar”, disse Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical, ao defender novos atos para mudar a política econômica.

Paulinho frisou que esta foi uma manifestação simbólica, mas representativa, de dirigentes sindicais. Segundo ele, a política econômica desenvolvida no País está totalmente errada, e o resultado é um grande déficit nas contas públicas. Para cobrir este rombo, o governo opta por cortar programas sociais. Além disso, o desemprego, já alto, tende a aumentar neste ano. “Ninguém vai investir na produção neste País com juros de aproximadamente 15% ao ano. Aqueles que têm dinheiro vão aplicar no mercado financeiro e ganhar sem trabalhar”, afirmou.

O presidente da Força Sindical conclamou seus companheiros das demais Centrais, para acabar com este sistema de beneficiar os especuladores em detrimento da produção e do emprego.

João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindical, destacou que os juros altos emperram a produção e acabam com os empregos. Já Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, disse que usar o aumento da taxa de juros para baixar a inflação é um remédio com data de validade vencida. “Da próxima vez, temos de fazer protesto em frente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e não em frente ao BC”, ironizou.

Participaram do protesto e demonstraram sua indignação com os juros altos os dirigentes de diferentes categorias, como por exemplo alimentação, costureiras, trabalhadores em edifícios eletricitários, têxteis, químicos, refeições coletivas da Grande São Paulo e Campinas, entre outros.