O governo estima que a economia vai encolher 1,9% no ano que vem, e que a inflação ficará em 6,47%, encostando no teto da meta para 2016, que é de 6,5%.

Os novos prognósticos, que estão em linha com as previsões de economistas de mercado, foram encaminhados pelo Ministério do Planejamento à Comissão Mista de Orçamento, que deverá adotá-los como parâmetro para a preparação do orçamento do ano que vem.

A proposta orçamentária encaminhada pelo governo em agosto, prevendo um deficit nas contas de R$ 30,5 bilhões, foi construído com base em uma projeção de que o PIB cresceria 0,2% e que a inflação fecharia o ano em 5,4%.

A queda maior do PIB tem um impacto negativo sobre a arrecadação estimada para o governo.

REVISÃO

O relator de receitas do orçamento na CMO, senador Acir Gurgacz (PDT-RO) já havia revisado a projeção para o PIB para uma queda de 1% em seu primeiro parecer, apresentado no início deste mês.

Para tentar construir um orçamento superavitário, Gurgacz previu receitas extraordinárias com iniciativas como a venda de terras públicas na Amazônia, mas não incluiu no texto arrecadação com a recriação da CPMF, medida proposta pelo governo.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff encaminhou uma mensagem ao Congresso solicitando expressamente a inclusão no orçamento de receitas da CPMF e reabrindo o prazo para que parlamentares apresentassem emendas ao texto.

Diante disso, Gurgacz terá de apresentar um novo parecer à CMO.

Para este ano, o governo prevê uma retração de 3,1% do PIB e uma inflação de 8,9%, bem acima do teto da meta.