Moeda encerrou a sessão vendida a R$ 3,8429, em queda de 1,49%. Cotação é a menor desde 16 de setembro.

O dólar fechou em queda ante o real pela 3ª sessão seguida nesta terça-feira (6), apesar do quadro de incertezas políticas e econômicas no Brasil, num dia de poucos negócios.

A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 3,8429, em queda de 1,48%, na menor cotação desde 16 de setembro, acumulando queda de 3,99% em três sessões.Veja a cotação

No acumulado no mês, o dólar caiu 3,09%. No ano, entretanto, a valorização é de 44,54%.

Segundo a Reuters, o movimento de queda ainda refletia apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, só elevará os juros no ano que vem.

“Depois de uma abertura de cautela interna, o mercado se valeu do dólar mais fraco no mercado externo para vender divisas”, disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. “O mercado está com pouco volume e isso ajuda no tamanho da queda”.

Veja como foi a cotação ao longo do dia:
Às 9h05, alta de 0,94%, a R$ 3,9374
Às 9h50, alta de 0,3%, a R$ 3,9126
Às 10h20, queda de 0,14%, a R$ 3,8954
Às 10h50, queda de 0,78%, a R$ 3,8705
Às 11h50, queda de 1,54%, a R$ 3,8408
Às 12h57, queda de 1,61%, a R$ 3,8380
Às 13h27, queda de 1,44%, a R$ 3,8445
Às 14h25, queda de 1,57% a R$ 3,8397
Às 14h45, queda de 1,28% a R$ 3,8509
Às 15h30, queda de 1,05% a R$ 3,8599
Às 16h10, queda de 1,47% a R$ 3,8433

O dólar vem recuando sobre moedas emergentes nos últimos dias diante de apostas de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, só elevará os juros nos Estados Unidos no ano que vem, provocadas por uma leva de indicadores econômicos fracos no país.

Nesta terça, essa perspectiva foi reforçada por dados mostrando que as exportações de agosto dos EUA foram atingidas pela economia global enfraquecida e as importações da China cresceram, alimentando a maior expansão do déficit comercial norte-americano em cinco meses.

O Fed aguarda sinais de recuperação da economia dos EUA para subir a taxa de juros no país. Por isso, com os recentes dados ruins, a moeda norte-americana caía em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano nesta terça.

Por que expectativas sobre os juros dos EUA influenciam o dólar?

Juros mais altos nos Estados Unidos atrairiam para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil. Com o país mais atraente para investimentos, aumentaria a demanda por dólares – fazendo assim seu valor subir em relação a moedas como o real.

No Brasil

A cautela ainda predomina sobre os negócios locais, antes de importantes eventos políticos. Estava marcada para esta manhã a votação dos vetos presidenciais no Congresso Nacional que, se derrubados, dificultariam ainda mais o ajuste das contas públicas brasileiras. A expectativa nos mercados, no entanto, é de que sejam mantidos.

Porém, a sessão do Congresso foi encerrada por falta de quórum sem que fossem analisados os vetos presidenciais a pautas-bomba, como o que barra o reajuste para os servidores do Judiciário. Uma nova sessão foi convocada para a manhã desta quarta-feira (7), às 11h30.

Os investidores também estão de olho no Tribunal de Contas da União (TCU), que manteve o julgamento das contas do Executivo de 2014 para quarta-feira mesmo após o governo ter pedido o afastamento do relator do caso, ministro Augusto Nardes. A reprovação do balanço poderia abrir espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Atuação do BC

O Banco Central deu continuidade nesta manhã ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, o BC já rolou US$  2,046 bilhões, ou cerca de 20% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.

Entenda o que é swap cambial, leilão de linha e venda direta

Para as empresas, a forte disparada do dólar pegou de surpresa até quem apostou em sua valorização. Empresas como a JBS, dona da marca Friboi, investiram pesado em contratos para proteger suas dívidas em dólar (hedge cambial). Agora não só estão blindadas, como vão colher cifras bilionárias em seus balanços.

Fonte: G1