Mercado reagiu mal à decisão do BC sobre juros e cena externa.
A moeda norte-americana subiu 1,47%, vendida a R$ 4,1655.

O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (21), acima de R$ 4,16, na maior cotação da história do real, após a decisão do Copom de manter os juros em 14,25% ao ano.

A moeda norte-americana subiu 1,47%, vendida a R$ 4,1655. Veja cotação do dólar hoje. Este é o maior valor de fechamento da história. Antes, o recorde havia sido de R$ 4,1461, em 23 de setembro de 2015.

Na máxima da sessão, o dólar chegou a ser cotado a R$ 4,1737. No ano, a moeda já subiu 5,51%. Nesta semana, a alta acumulada é de 2,96%.

Diante das preocupações com o crescimento da China e com a queda do petróleo, os mercados buscam investimentos considerados mais seguros, como o dólar, ajudando a impulsionar a cotação da moeda. Na véspera, a divisa fechou acima de R$ 4,10, após chegar a R$ 4,12.

Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 1,06%, a R$ 4,1488.
Às 9h20, alta de 1,09%, a R$ 4,15.
Às 9h39, alta de 1,64%, a R$ 4,1724.
Às 9h59, alta de 1,28%, a R$ 4,1577.
Às 10h29, alta de 1,33%, a R$ 4,1597.
Às 11h09, alta de 1,25%, a R$ 4,1564.
Às 11h40, alta de 0,83%, a R$ 4,1394.
Às 11h59, alta de 1,28%, a R$ 4,1576.
Às 12h09, alta de 1,35%, a R$ 4,1607.
Às 12h58, alta de 1,36%, a R$ 4,1612.
Às 13h20, alta de 1,25%, a R$ 4,1567.
Às 14h19, alta, de 0,89%, a R$ 4,1416.
Às 14h59, subia 0,67%, a R$ 4,1325.
Às 15h39, subia 0,66%, a R$ 4,1319
Às 16h24, subia 1,17%, a R$ 4,1530.

Dólar turismo
O dólar turismo passava de R$ 4,40 nesta quinta-feira. Na Confidence, o dólar em espécie estava R$ 4,43 e no cartão pré-pago, R$ 4,66 (com IOF). Na Cotação, o valor para cada dólar em espécie era de R$ 4,42 e no cartão pré-pago, de R$ 4,65, também já com o IOF incluso. Na Vips Turismo, os valores eram de R$ 4,30 e R$ 4,55, respectivamente.

Dólar em 2016
Veja a variação do valor de fechamento em R$ no ano
3,9484,03393,99334,02144,05254,04034,05174,04524,01093,99834,04584,03424,05494,1054,1655cotação30/1204/0105/0106/0107/0108/0111/0112/0113/0114/0115/0118/0119/0120/0121/013,93,9544,054,14,154,2
Gráfico elaborado em 21/01/2016

Motivos da alta
“(A manutenção da Selic) é um baque na credibilidade do BC. É o pior dos mundos: o mercado questiona a autonomia do BC e as expectativas de inflação pioram”, disse à Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.

Analistas ouvidos pelo G1 logo após o anúncio da decisão também afirmaram que a decisão coloca em dúvida a credibilidade do BC. “A percepção que eu tenho é que estão fazendo da política monetária um brinquedo para satisfazer algumas vaidades”, disse Otto Nogami, professor de economia do MBA do Insper. “Talvez a decisão até seja correta, talvez a política monetária não consiga mais conter inflação. Mas a maneira como eles chegaram da manutenção foi um desastre, falando sobre a comunicação”, afirmou João Ricardo Costa Filho, professor da Faculdade de Economia da FAAP.

Após o fechamento dos negócios na véspera, o BC deixou a Selic inalterada em 14,25%, citando o aumento das incertezas globais e locais.

Além de piorar as perspectivas para o fluxo de capitais ao Brasil, a decisão turbinou as incertezas nos mercados locais, que até o início da semana apostavam em elevação de 0,50 ponto percentual.

Nesse contexto, o mercado brasileiro apresentou desempenho pior do que outros mercados da América Latina, segundo a Reuters. O dólar recuou mais de 2% contra o peso colombiano, por exemplo, com a recuperação dos preços do petróleo.

Os preços do barril de petróleo, que tinham atingido o menor nível em 12 anos, subiram mais de 4% nesta quinta-feira, voltando a se aproximar de US$ 30. O movimento foi influenciado por sinalizações do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, de que a autoridade monetária pode ampliar seus estímulos em meio à fraqueza na economia global.

“A decisão do BC serviu de gatilho para o mercado perceber que a situação econômica no Brasil está muito pior do que a de seus vizinhos. É de se esperar que o real tenha uma performance relativa bastante ruim”, disse à Reuters o operador de uma corretora internacional.

Interferência do BC
O Banco Central brasileiro deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, e realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, o BC já rolou o equivalente a US$ 7,891 bilhões, ou cerca de 76% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.