Série de manifestações está prevista em diversas cidades e ocorre dois dias depois de o Congresso aprovar mais uma MP do ajuste
São Paulo – A Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de outras seis centrais sindicais, planeja para esta sexta-feira, 29, uma série de manifestações conjuntas em diversas cidades contra os projetos que estão em tramitação no Congresso que tratam da terceirização e da alteração de alguns benefícios trabalhistas.
A medida ocorre dois dias após o Congresso aprovar mais uma Medida Provisória do ajuste fiscal, que vem sendo duramente criticado pelo movimento sindical. Na quarta, 27, os parlamentares aprovaram a MP 664 que restringe o acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença, dando continuidade a outras iniciativas do ajuste que foram aprovadas na semana passada.
A ideia da CUT é que os atos antecedam uma possível greve geral, que a central ameaça convocar, caso não consiga reverter as mudanças em andamento, como as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665. Os principais protestos devem ocorrer em São Paulo e a intenção é que comecem na madrugada.
Segundo a programação da CUT, entre 3 e 8 horas está prevista uma paralisação de rodoviários e motoristas de Guarulhos, na Grande São Paulo, Sorocaba, no interior do Estado, São José dos Campos e Jacareí, no Vale do Paraíba (SP), e Grande ABC. O presidente nacional da central, Vagner Freitas, estará em São Bernardo do Campo, de manhã, com os metalúrgicos, onde fará uma caminhada pelo centro da cidade.
À tarde, Freitas deve participar do ato de encerramento dos protestos, às 17 horas, na Praça da República, centro da capital. Também na cidade, há previsão de ato, às 7 horas, na Ponte das Bandeiras. A ideia é que manifestantes passem pelo Terminal Bandeira e, depois, façam uma caminhada até o Parque D. Pedro.
Não há previsão de paralisação de ônibus e nem de metrô. Apesar disso, o Sindicato dos Motoristas pretende fazer uma manifestação no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) a partir das 8h30. Já o Sindicato dos Metroviários afirmou que, de manhã, entregará aos passageiros panfletos contra o projeto de terceirização e com informações sobre a campanha salarial da categoria.
Além disso, a diretoria participará de um ato programado pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), no vão-livre do Masp, a partir das 14 horas. No caso dos bancos, de acordo com o Sindicato dos Bancários, a categoria aderiu ao dia do protesto e algumas agências devem ficar fechadas. Não há ainda estimativa do número de agências que serão atingidas nem dos locais afetados.
Outras centrais. Além da CUT, participam das manifestações a União-Geral dos Trabalhadores (UGT), Centrais dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindical e Popular (CSP-Conlutas), dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Intersindical e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).
A Força Sindical, a segunda maior do País e que é favorável à terceirização, não aderiu ao movimento. Conforme o presidente da Força, Miguel Torres, a entidade decidiu não participar, pois programa para o dia 2 outros protestos em frente a prédios do Banco Central (BC). “Nosso ato tem uma pauta um pouco maior, mas deixamos as categorias livres para participar”, afirmou.
Torres negou que haja racha entre as duas principais centrais e afirmou que os sindicalistas não perdem forças por realizar atos separados. “Não tem nenhuma divisão, só foi uma decisão da diretoria em não participar, não significa que não achamos importante os atos de amanhã”, disse.
Apesar de fazer parte do ato desta sexta-feira, a UGT, que é a terceira maior central sindical do país, fará manifestações em locais diferentes dos da CUT. O principal em São Paulo será a Avenida Paulista, em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a partir das 9 horas. O presidente da UGT, Ricardo Patah, reforçou que a entidade não convocou nenhuma greve. “São apenas manifestações de indignação”, disse.