Os ministros argentinos de Relações Exteriores, Susana Malcorra, de Segurança, Patricia Bullrich, e do Interior, Rogelio Frigerio, assinaram acordos hoje (23) com seus pares norte-americanos nas áreas de segurança, cooperação para prevenir “crimes graves” e de comércio para atrair investimentos.

A cerimônia foi no Salão Dourado do Palácio San Martín, em Buenos Aires, durante a visita oficial do presidente dos Estados Unidos Barack Obama. O embaixador norte-americano na Argentina, Noah Mamet, encabeçou a delegação que assinou os tratados.

“Estes acordos mostram um novo caminho de trabalho conjunto. É o início de uma negociação e implica em uma mudança importante na relação bilateral entre os dois países”, disse Susana durante a cerimônia, na qual destacou “os resultados concretos já obtidos em tão pouco tempo” de negociações diplomáticas.

A chanceler reafirmou que a “nova forma de trabalho” entre Argentina e Estados Unidos demonstra “relações maduras e inteligentes que nos ajudam a construir um futuro melhor”.

Atentado

Susana Malcorra também mencionou o “horror” de ontem (22) ao citar o atentado terrorista em Bruxelas, na Bélgica. “[O atentado] demonstra que esses acordos são fundamentais para que possamos nos integrar ao mundo, reconhecendo esses desafios e reconhecendo que esses ataques são constantes”, disse ela.

De sua parte, o embaixador Mamet disse que os acordos são o marco de uma “visita histórica” de Obama à Argentina e reafirma os “esforços incansáveis” de representantes dos dois países que “trabalharam arduamente” para a assinatura dos acordos.

“É um momento histórico para fortalecer e construir uma agenda bilateral positiva”, disse Mamet, na cerimônia.

Acordos

Os acordos assinados foram quatro: um sobre aumento da cooperação para prevenir e combater crimes graves, um sobre segurança e facilidades de deslocamento entre os países, um para regular a colocação de oficiais de segurança e, por último, um sobre comércio e investimento.

Sobre o acordo de segurança, a ministra Patricia Bullrich explicou que a ideia é reforçar o “intercâmbio de informações na luta contra o crime organizado, o terrorismo e o narcotráfico”. Segundo ela, “serão formadas forças-tarefas para manter uma estreita colaboração em caso de pessoas ou quadrilhas que possam estar operando em um ou outro lado”.

Também foi assinada uma declaração conjunta de apoio à Organização dos Estados Americanos e ao Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos.

Os acordos se somam a um memorando de entendimento para combater a lavagem de dinheiro, firmado entre a Unidade de Informação Financeira da Argentina e a Rede de Combate a Crimes Financeiros (Financial Crimes Enforcement Network), dos Estados Unidos.

Visita oficial

O presidente Barack Obama chegou na manhã de hoje à Argentina, vindo de Cuba, acompanhado da esposa, Michelle Obama, das duas filhas e de uma comitiva com 400 empresários. Passados 100 dias da posse do presidente Mauricio Macri, a Argentina precisa atrair investimentos estrangeiros: os preços das commodities, cujas exportações eram a principal fonte de divisas do país, estão em queda e o Brasil, seu principal sócio comercial, está em crise.

*Com informações da Telam