Um dia após manifestações em favor de seu impeachment, a presidente Dilma Rousseff recebeu o apoio de 14 prefeitos de capitais, contrários à troca de comando no Palácio do Planalto.
Na semana passada, a petista já havia recebido apoio de juristas e de 16 governadores, que entregaram um manifesto intitulado “Carta pela Legalidade”. Nesta segunda-feira (14), o roteiro se repetiu, em forma de um manifesto. “Hoje em dia é melhor um manifesto do que uma carta”, brincou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), em referência ao desabafo feito pelo vice-presidente Michel Temer.
Ao todo, assinaram o documento políticos de seis partidos: PMDB (2), PT (3), PSB (1), PP (1), PDT (5) e PSD (1) —um dos prefeitos está sem partido. Prefeitos da oposição (PPS, DEM e PSDB), além do PSD e PSB, não assinam o documento.
Sem citar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o texto afirma que a análise do processo de impeachment começou “eivada de vícios, o que denota condução desvirtuada do processo”. “A peça se apoia em ilações e suposições que tentam, sem consistência jurídica, imputar responsabilidade à presidenta da República”, diz trecho.
Segundo os prefeitos, o movimento para retirada de Dilma “fere e desestabiliza o país”.
O encontro da presidente com os prefeitos ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial de Dilma, com presença de seis prefeitos. Segundo Paes, a agenda foi acertada na noite de sexta-feira (11), por isso o baixo quórum. Na avaliação do prefeito do Rio, o processo de impedimento ocorre de forma “absolutamente sem sentido” e de maneira “estapafúrdia”. “O Brasil já tem desafios demais pra gente ficar perdendo tempo com essa agenda”, emendou.
“A nossa questão é a defesa da democracia e das instituições”, disse o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT). “Quando alguém de nós perguntou a ela o que desejaria que nós fizéssemos, ela falou: ‘Defendam a democracia. Não peço nem que façam minha defesa pessoal”, afirmou o petista.
As reuniões da semana passada ocorreram no Palácio do Planalto, o que gerou críticas da oposição. O senador tucano Aécio Neves (MG) disse queentraria na Justiça questionar o que considerou uso de estrutura do governo para a defesa da petista.
ANIVERSÁRIO
Nesta segunda, a presidente completa 68 anos. A data foi lembrada em reunião de coordenação política, na manhã de hoje. Pelo twitter, um dos auxiliares mais próximos de Dilma aproveitou a data para tecer elogios à petista, “presidenta de mãos limpas”.
“[Dilma] sempre esteve do lado certo, lutando pelas causas justas e necessárias. (…) Agora o destino a coloca diante do que talvez seja o maior desafio de sua vida e ela novamente está do lado certo: do lado da Constituição”, escreveu Jaques Wagner (Casa Civil) em sua conta oficial. “Mulher valente, guerreira da democracia, presidenta de mãos limpas”, encerrou ele.
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PREFEITOS EM REUNIÃO COM PRESIDENTE:
- Porto Alegre – José Fortunati (PDT)
- Curitiba – Gustavo Fruet (PDT)
- São Paulo – Fernando Haddad (PT)
- Rio de Janeiro – Eduardo Paes (PMDB)
- João Pessoa – Luciano Cartaxo (PSD)
- Natal – Carlos Eduardo Alves (PDT)
- São Luis- Edivaldo Holanda Junior (PDT)
- Fortaleza – Roberto Cláudio (PDT)
- Campo Grande – Alcides Bernal (PP)
- Palmas – Carlos Amastha (PSB)
- Goiânia – Paulo Garcia (PT)
- Rio Branco – Marcus Alexandre (PT)
- Boa Vista – Teresa Surita (PMDB)
- Macapá – Clécio Luis (ex-Psol)