O Super Feriadão com feriado prolongado antecipado de 20 a 25 de maio no Estado de São Paulo não teve o resultado esperado pela prefeitura de São Paulo e pelo Governo do Estado.

Com a aprovação dos vereadores e deputados estaduais, o Super Feriadão foi decretado como uma tentativa desesperada para conter o ciclo de circulação do coronavírus (COVID-19) e desacelerar a pandemia, mas o que era para ser uma ferramenta de contenção teve o efeito contrário.

 

Desde a recomendação da OMS – Organização Mundial da Saúde para que a população de todo o mundo fizesse o chamado distanciamento social, o que se viu, especialmente, no brasileiro, foi o relaxamento dessas medidas. Excetuando-se as pessoas que se vêm obrigadas a sair de suas casas para o trabalho, muitas pessoas, em um ato transloucado, inclusive de negação da existência do vírus, além de não seguirem as recomendações de higiene e saúde, com o uso de máscara, ainda promovem as aglomerações em portas de casas, em frente aos bares e botecos – com atendimento à meia-porta –, entre outros.

E esse comportamento se repetiu no Super Feriadão, quando grande parte dos moradores de São Paulo aproveitou a folga estendida e se aventurou nas estradas para buscar um refúgio no Litoral do Estado e cidades do interior.

 

Algumas destas pessoas encontraram resistência das cidades e boa parte do Litoral Paulista que já antevendo que isso pudesse acontecer, logo trataram de coibir a entrada de pessoas que não moram na cidade e promoveram bloqueios nos acessos à região e restrição de acesso às praias . Algumas, inclusive, efetuaram o bloqueio de atividades nos calçadões.

De olho nesta debandada, a cidade de Carmo do Rio Claro no Sul de Minas Gerais, que até a data do feriado contabilizava somente um caso de COVID-19, logo tratou de implementar medidas de contenção, com barreiras nas entradas da cidade e fiscalização de movimentação nas Pousadas.

 

No final de semana do feriado e mesmo não acompanhando São Paulo nos feriados municipais, Guarulhos registrou um índice abaixo da média estadual, com 53% de taxa de isolamento. 

 

Mesmo com o feriado antecipado somente no dia 25 de maio, a rotina do guarulhense repetiu o comportamento visto nos demais dias, com ruas e vias tomadas por crianças, jovens e adultos que aproveitam a “dispensa presencial” da escola e do trabalho para empinar pipas e se confraternizar com familiares e amigos nas praças e parques da cidade. 

 

Queda no índice de isolamento

No domingo, dia 24 de maio, foi divulgado o número de sábado, apontando que o índice de isolamento na capital paulista foi de 53%. Em todo o Estado, o índice deste sábado foi de 51%. Autoridades de saúde do Estado consideram como ideal para desacelerar a pandemia de coronavírus: 70%.

 

Antes, na quarta e quinta-feira, feriados antecipados de Corpus Christi e Consciência Negra na capital, a taxa de isolamento no Estado ficou em 49% em ambos os dias. Já na capital, os índices registrados foram de 51% e 52%, respectivamente. O índice de isolamento social no Estado caiu na sexta-feira, para 48%, atingindo a menor taxa dos últimos três dias. Na capital, o índice também caiu em relação aos dias anteriores, ficando em 49%.

As estatísticas divulgadas pelo governo estadual são do Sistema de Monitoramento Inteligente, que utiliza dados de telefonia móvel para medir o deslocamento dos cidadãos.

No último dia 27 de maio e com ajustes efetuados no dia 29 para contemplar a Grande SP, o governo do Estado anunciou um plano de flexibilização da quarentena e retomada do comércio no Vale e região.

 

Números alarmantes

No domingo, 31 de maio, o Estado de São Paulo registrou 109.698 casos confirmados e 7.615 mortes relacionadas à COVID-19. Entre as pessoas diagnosticadas com a doença, 21.073 foram internados, curados e tiveram alta hospitalar.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI na Grande São Paulo está em 84,7 % e de 71.6% no estado. O número de pacientes internados é de 12.920, sendo 8.059 em enfermaria e 4.861 em unidades de terapia intensiva.