A Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor promoveu uma audiência para se manifestar contra o fechamento de agências bancárias do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal em Guarulhos. O Plenário do Legislativo ficou lotado com representantes do Sindicato dos Bancários e do movimento de luta por moradia da ocupação Hugo Chaves. O evento foi realizado na sexta-feira, 20 de outubro.
Participaram da audiência pública as seguintes autoridades: vereadores João Barbosa (PRB), Zé Luiz (PT) e Genilda Bernardes (PT); presidente do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, Luiz Carlos dos Santos; secretário de Organização e Suporte Administrativo do Sindicato dos Bancários, Ernesto Shyu Izumi; deputado estadual Alencar Santana (PT); coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, entre outras.
De acordo com Serrano, os bancos públicos são responsáveis pelo financiamento das moradias populares e pelo crédito agrícola subsidiado. “O sonho da casa própria e do pequeno agricultor não seria possível sem a Caixa e o Banco do Brasil, porque a população de baixa renda não consegue pagar os juros dos bancos privados”, explicou. Segundo o funcionário do Banco do Brasil, João Teixeira, houve um decréscimo no número de profissionais. “Três agências podem ser fechadas e tivemos uma redução de quase 60% dos funcionários”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Luiz Carlos disse que o fechamento das agências bancárias na periferia da cidade é uma ação que propõe um Estado mínimo, prejudica o desenvolvimento local, dificulta a reforma agrária, interfere na concessão de crédito, atrapalha o comércio e empurra os empresários para fora da cidade por falta de infraestrutura. “Estamos vivendo um retrocesso histórico”, lamentou.
O vereador Zé Luiz lembrou que somente em Guarulhos a Caixa Econômica Federal detém mais de R$70 milhões do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Para Genilda Bernardes, o debate sobre os bancos públicos não é exclusivo dos bancários. “O fechamento de bancos públicos interfere na concessão de crédito para a agricultura familiar, o financiamento estudantil e o desenvolvimento social.”
O secretário de Organização e Suporte do Sindicato dos Bancários, Ernesto Izumi, disse que as agências estão lotadas e há lentidão no atendimento por falta de funcionários e alertou que toda a população será afetada caso o governo inicie novas privatizações. “Mais de 70% da produção agrícola do país é financiada pelo Banco do Brasil, se os juros do financiamento aumentarem terá aumento nos preços do arroz e do feijão, produtos que estão todo dia na nossa mesa.”
Na opinião do deputado estadual Alencar Santana a população pobre é a mais atingida pelo fechamento das agências. “Fechar equipamentos públicos vai acentuar a desigualdade e promover a política da exclusão”, concluiu.