Com o resultado, o comércio varejista teve a quarta baixa seguida e a queda mais intensa para o mês desde 2001, segundo o IBGE; no ano, o indicador recua 2% e em 12 meses, 0,5%

Com a atividade econômica dando sinais de fraqueza, as vendas do comércio varejista tiveram o quarto mês seguido de queda. O indicador caiu 0,9% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até maio, as vendas do varejo acumulam queda de 2% no ano e de 0,5% nos últimos 12 meses. O recuo de 0,9% nas vendas em maio é o mais intenso para o mês desde 2001, ano no qual a queda também foi de 0,9%.

O resultado de maio veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado – que esperavam desde uma queda de 1% até uma alta de 0,6% – e maior que a mediana, negativa em 0,30%.

Na comparação com maio do ano passado, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram queda de 4,5% em maio deste ano. Nesse confronto, as projeções variavam entre recuo de 4,8% e queda de 2,3%, com mediana negativa de 3,7%. Considerando todos os meses, a baixa foi a maior desde agosto de 2003 (-5,7%). Levando em conta apenas os meses de maio, a retração foi a mais intensa desde 2003 (-6,2%).

Varejo ampliado. Nas vendas do varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, a queda foi mais brusca. As vendas caíram 1,8% em maio ante abril. Além de ser a sexta queda consecutiva, é a mais intensa para o mês desde o início da série, em 2003. O resultado veio abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas, que iam de queda de 1,7% até alta de 0,4%, com mediana negativa em 0,55%.

Na comparação com maio do ano passado, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 10,4% em maio, o 12º seguido e idêntico ao observado em fevereiro deste ano (-10,4%).

O recuo de 1,8% foi puxado por sete das dez atividades pesquisadas no setor. O segmento de veículos e motos, partes e peças, depois de subir 3,6% em abril, voltou a cair em maio, com perda de 4,6% nas vendas em relação ao mês anterior. Outros destaques negativos em maio ante abril foram hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,1%), móveis e eletrodomésticos (-2,1%), combustíveis e lubrificantes (-0,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%), livros, jornais, revistas e papelaria (-2,1%) e material de construção (-3,8%).

O segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, por sua vez, registrou aumento de 5,5% nas vendas em maio ante abril. O resultado, porém, sucede a queda de 11,9% verificada em abril ante março. Também cresceram as vendas, em maio ante abril, dos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,7%) e tecidos, vestuário e calçados (2,7%).

Fonte: O Estado de S.Paulo